O Conselho Nacional de Juventuve (Conjuve) avalia que a recuperação econômica pós-pandemia da covid-19 dependerá, em muitos aspectos, da capacidade do Poder Público e das instituições sociais promoverem o potencial produtivo dos jovens brasileiros.
Responsável por sugerir políticas públicas que contribuam para o bem-estar e a garantia dos direitos de quem tem entre 15 e 29 anos de idade, o conselho diz que a capacidade produtiva nacional logo será determinada pela força de trabalho de quem, atualmente, está em fase escolar ou ingressando no mercado de trabalho.
Já em 2018, o número de brasileiros entre 15 e 29 anos de idade estava perto da casa dos 50 milhões de pessoas. Dessas, cerca de 11 milhões, ou seja, 23% do grupo, não estudavam, nem trabalhavam, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre esses chamados “jovens nem-nem”, 46,6% dos que, na época, tinham entre 18 e 24 anos de idade, não tinham concluído o ensino fundamental. Entre os que tinham entre 25 e 29 anos de idade, 44% estavam na mesma situação.
“É necessário sabermos aproveitar todo o potencial da juventude se queremos que o Brasil progrida e se desenvolva. Estamos saindo de uma onda de bônus demográfico e não estamos sabendo aproveitar esse potencial”, disse à Agência Brasil o representante da Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior) no Conjuve, engenheiro Renan Nishimoto.
Ao citar o conceito de bônus demográfico, Nishimoto se refere à situação em que a população em idade ativa (entre 15 e 64 anos de idade), ou seja, apta a trabalhar, é quantitativamente superior à população dependente (crianças e idosos). Isto proporciona uma “janela de oportunidades” que, em tese, permite aos países investir mais em políticas públicas para a juventude. Ainda de acordo com o engenheiro, no Brasil, onde a queda da taxa de natalidade e a maior longevidade tem ocasionado uma gradual mudança da estrutura etária da população, há tempos os especialistas discutem a hipótese do país estar perdendo essa oportunidade.
“Analisando os dados da geração nem-nem na taxa de desemprego entre os jovens, entendemos que essa é uma necessidade dos tempos atuais, a inclusão produtiva e a empregabilidade juvenil”, acrescentou Nishimoto.
A fim de traçar propostas claras e práticas, o Conjuve vem debatendo com órgãos públicos e entidades da sociedade civil medidas que possam contribuir para a elaboração de políticas públicas. Além das reuniões periódicas, o colegiado também criou um grupo de trabalho específico para tratar de temas relacionados à inclusão produtiva, empreendedorismo e empregabilidade juvenil.
Seminário
De hoje (6) a quarta-feira (8) o Conjuve realiza um seminário virtual para discutir ações de enfrentamento não só às consequências da covid-19, mas aos desafios socioeconômicos de médio e longo prazo.
Com o tema Transformando Potencial em Potência, o 1º Seminário Virtual de Inclusão Produtiva, Empreendedorismo e Empregabilidade Juvenil do Conjuve acontecerá sempre das 14h às 16h. A expectativa é atrair a participação de jovens, empreendedores e gestores públicos.
“Estamos nos embasando em pesquisas e intervenções que já dão certo ao redor do mundo”, disse Nishimoto.
Para participar do seminário, basta inscrever-se pelo link https://www.sympla.com.br/transformando-potencial-em-potencia__846084. A inscrição é gratuita. Para mais informações, basta acessar o link do seminário no perfil do Conselho Nacional da Juventude no Instagram, em @conjuvebr .