Tendo em vista as excelentes postagens sobre o movimento reivindicatório da PMDF no Blog Rede Democrática, tenho evitado comentários aqui no Blog Policiamento Inteligente, mas hoje gostaria de fazer algumas observações.
O movimento de mobilização interno dentro da Corporação tem atingido o seu ápice. Resta-nos agora partirmos para mobilização externa para defendermos nossos objetivos. Devemos ter sabedoria nessa condução. O primeiro passo deveria ser o fortalecimento de nossos compartilhamentos nas redes sociais, principalmente o facebook. Posteriormente uma aproximação com a mídia local, mesmo diante das dificuldades, e depois com as pessoas influentes em nossa cidade. É importantíssimo o passo dado na abertura do diálogo com a bancada do DF, mas é preciso ter cautela com aqueles que já visam a instabilidade do governo atual. A longo prazo poderão mais atrapalhar do que ajudar.
Um ponto que deve ser discutido e esclarecido a “tropa” é o fato de termos uma possibilidade quase inexistente de aumento esse ano e que nossa luta é para garantirmos melhorias a partir do próximo ano. Digo isso, para evitar grandes expectativas e grandes frustrações que possam esvaziar o movimento. Nossa união é importante até a conquista, caso contrário não teremos nada de aumento no próximo ano, como aconteceu nos últimos anos. Precisamos ter essa consciência. É um investimento a longo prazo. Não imediatista.
Outro fato que me preocupa é a condução da negociação que se inicia. Temos que trazer o movimento para a nossa lógica. Imaginem um sequestro! O governo está com a arma em nossa cabeça (literalmente). Precisamos mudar o poder de influência da mão do perpetrador para nossa. Fizemos o “teatro de operações”. Demonstramos força. Agora precisamos conquistar a confiança do perpetrador para iniciarmos a negociação. Não podemos esquecer que uma negociação pode levar várias horas, muito tempo! Temos que cortar a “água”, a “luz” e quiça a “comida” do governo. Precisamos descobrir o que seria a água, a luz e a comida nesse movimento.
Em minha opinião fria e franca, as negociações irão se arrastar por um bom tempo. E nós teremos que ter paciência para continuarmos mobilizados. Mas devemos dar um prazo. Esse prazo deveria ser até o final de maio. Nesse período oscilaríamos as estratégias em várias operações. A partir do mês de maio seriam paralizações relâmpago ou coisas do gênero. Um uso progressivo da força durante a negociação.
Possivelmente o processo irá se arrastar para o segundo semestre, onde nosso poder de influência aumenta, devido as eleições municipais. A pressão de Brasília pode dar início a um “movimento nacional grevista”. Lógico que tudo isso vai depender da maneira como será votada a “PEC 300” nos próximos dias e a forma como seremos tratados. Se for votada muita coisa muda em nosso cenário…
Em resumo:
Nosso planejamento deve ser feito de maneira que o que desejamos esteja concretizado até o mesmo de setembro/2012. Este deve ser o LIMITE Máximo para obter êxito. Nem que tenhamos que marchar em direção ao congresso até esse período.
Outro ponto importante é não perdemos o objetivo principal que é ver o melhor para a maioria, principalmente para os Cabos e Soldados, pois foram os mais prejudicados até agora. Por que? Porque a maioria dos sargentos e oficiais tiveram até duas promoções nos últimos anos. E os cabos e soldados não. Sem falar que um aumento maior para oficiais e sargentos geraria o surgimento de novos movimentos, com um caráter cada vez mais radical. Pois o discurso radical ganha autoridade e os desmotivados e preteridos se revoltam. Podem surgir novos discursos que tenderiam para o surgimento de mártires, como já ocorrera em outrora.
A diferença média em todos os postos e graduações para uma equiparação com a polícia civil é de três mil reais. Em minha opinião é com base neste valor que devemos negociar para uma equiparação, mesmo que seja até 2014, incluindo soldados e cabos, não somente a partir de sargentos como se tem ventilado. Devemos dividir esse valor em cinco pontos principais:
1) R$ 400,00 para a etapa alimentação;
2) R$ 400, 00 para um possível auxílio transporte;
3) Antecipação do risco de morte;
4) 20% dos reajustes do Fundo Constitucional nos últimos anos;
5) Dividir o restante para a equiparação em duas parcelas: Uma no primeiro semestre de 2014 e outra no segundo semestre.
Tudo isso aprovado no orçamento para o próximo ano! A questão de colocarmos o auxílio transporte e a etapa alimentação é o fortalecimento do discurso do menor impacto na follha…
Quem tem que dizer que só aceita a equiparação salarial com a PCDF a partir de 3º Sargento é o Governo, não nós. Quem pede mal, recebe mal ou não recebe!
Não podemos esquecer que alguns estão apostando no fracasso da mobilização do dia 02 de março. É um horário complicado. Sexta-feira pela manhã (9h), em uma cidade cheia de “congestionamentos” neste horário. A mobilização desse dia será a contra-prova e teste de nossa força. Precisamos nos manter atentos. Grandes poderes, grandes responsabilidades. Cada policial é um líder em potencial. Não podemos nos esquecer que liderar é influenciar. Vamos influenciar aqueles a nossa volta.
Parabéns ao companheiro Ronner Gama pela seriedade e compromisso!
Uma reflexão sobre o nosso movimento reivindicatório!
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