Quem diria. Quando se fala em Operação-Lava a Jato, uma figura que vem em nossas mentes, sem sombra de dúvidas é o “Japonês da Federal”, que virou até meme na internet. Ele estava sempre ao lado dos políticos presos durante várias operações. Ele foi homenageado com marchinhas e máscaras, e até ganhou um boneco gigante no carnaval de Olinda, em 2015.

Personagem famoso, o ex-agente da Polícia Federal (PF) Newton Ishii, conhecido como “Japonês da Federal”, foi condenado por facilitação de contrabando. A Justiça decidiu que ele perderá o cargo e terá que pagar multa de R$ 200 mil.

Além de Newton, a quadrilha era composta por outros 22 agentes da PF, quatro servidores da Receita Federal e dois policiais rodoviários. A multa de R$ 200 mil reais foi calculada baseada no valor de 40 vezes a média da renda autodeclarada por Ishii. 

Segundo o texto da sentença, assinado pelo juiz Sérgio Luis Ruivo Marques, da 1ª Vara da Justiça Federal de Foz do Iguaçu, “Newton Hinedori Ishii é determinado quando o assunto é cobrar propina para facilitar o contrabando/descaminho”. No caso, Newton Japonês escolheu o tipo de mercadoria que aceitaria facilitar e, ainda, fixou o preço da propina a ser cobrada pela omissão na atribuição de combater o crime que lhe foi conferida pelo Estado.

O magistrado citou ainda um telefonema interceptado com autorização judicial em que o agente informa a placa de um veículo para que um policial corrupto deixe de fiscalizar ou simule a fiscalização, beneficiando a quadrilha de contrabando.