O Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum – chega à sua 31ª edição com 212 filmes produzidos em 46 países. A programação neste ano será online, entre os dias 20 e 30 de agosto, e de forma gratuita.
Para a criadora e diretora do festival, Zita Carvalhosa, a realização do festival de forma virtual foi grande desafio e uma oportunidade para que um público maior possa ter acesso aos curtas-metragens.
“Quando, no mês de março, a gente já imaginou que não conseguiria fazer o festival presencial devido à pandemia, decidimos abrir as nossas telas para os curtas que tinham se inscrito, mais de 3 mil curtas. Se por um lado, não encontramos as pessoas nas salas, por outro lado, o festival está no Brasil inteiro e isso é muito legal”, disse ela.
A diretora destacou que a diversidade é pauta fundamental do festival há anos, o que se aplica também a esta edição. “A questão do respeito à diversidade é muito importante em nosso país hoje. Eu acho que essa é uma pauta fundamental, a gente trabalhar contra essa desigualdade inacreditável que atravessa o Brasil e sobre o respeito à diversidade, que também está um pouco ameaçado”.
Ela conta que, no festival, há curtas realizados por indígenas, negros e trans, e que a organização tenta fazer uma programação que contemple a diversidade. “Se a gente pudesse pensar um tema que passa pelo festival todo, eu acho que é a importância de se ver nas telas, porque há tanta diversidade, tantas possibilidades e as pessoas estão querendo se expressar dentro da realidade delas. Isso é muito presente na produção desse último ano.”
A programação é dividida em mostras e programas temáticos e um deles é o Novas Áfricas, que destaca a presença negra nas telas. “Há mais filmes de realizadores brasileiros negros no festival deste ano, com produções muito boas, então sentimos que a presença em tela está crescendo e vemos isso na competição de curtas, na Mostra Brasil, nas oficinas, em todos os pedaços do festival”, disse Zita.
O programa Novas Áfricas tem curadoria de Claire Diao, jornalista e crítica de cinema francesa com origem em Burkina Faso, na África, considerada uma especialistas na cinematografia contemporânea da África e da diáspora africana. São 13 obras, realizadas de 2017 a 2019, em países como Senegal, Marrocos, Congo, Quênia e Líbia. Diao participa ainda da masterclass A Importância de Existir nas Telas.
Como acompanhar
Os filmes, as lives e demais atividades virtuais serão acessíveis no endereço kinoforum.org.br ou nos aplicativos innsaei.tv para celulares, tablets e smart TVs, disponíveis nas lojas do Google Play ou Apple Store. Para televisores, utilizar Airplay e Chromecast.
Hoje (20), às 20h, será realizada cerimônia virtual de abertura, com exibição de títulos de destaque do festival. Ao longo da programação, além da exibição dos curtas-metragens, estão agendados encontros, debates, masterclass, atividades de formação, um seminário internacional e happy hours.
Segundo a diretora, o esforço maior foi buscar, no ambiente virtual, o próprio ambiente do evento, com seus fundamentais encontros entre o público cinéfilo, os cineastas e profissionais de várias latitudes e longitudes. “Para isso, buscamos uma parceria que aceitasse essa premissa de construir uma plataforma especialmente desenhada para um festival com programação dinâmica e com a possibilidade de apresentar sessões de filmes e garantir as trocas entre as pessoas”.
A programação completa está no site https://2020.kinoforum.org/programacao-completa.