Há alguns dias fizemos uma proposta de seguirmos o pensamento bíblico de organização, onde criaríamos grupos de dez policiais, que posteriormente influenciariam outros dez e assim sucessivamente. Estamos em estado de alerta, acompanhando as movimentações políticas. A construção neste momento é silenciosa, pois estamos nos organizando. Definindo de maneira mais clara os eixos que irão nortear a nossa luta. Voltada para os interesses da coletividade. Os pontos abordados aqui foram debatidos entre os grupos onde tiramos a “espinha dorsal” de nossa luta. É uma linha norteadora, não só para a próxima assembleia, mas para os próximos cinco anos em nossa corporação. São bandeiras de luta!
Foi feito inicialmente um “manifesto” que será entregue de maneira informal aqueles que podem fazer alguma coisa em nossa defesa. Será entregue sem nomes de “A” ou “B”, focaremos nas ideias, serão sugestões, que podem contribuir para definir o que desejamos.
“O presente manifesto tem como objetivo reunir as principais insatisfações da corporação. Antes que diga que tem por finalidade apenas agradar a praça, o presente manifesto atesta que foram ouvidos policiais de graduações, postos e patentes diferentes, tanto praças quanto oficiais, de diferentes quartéis (Rotam, Patamo, GTOP, BPTran, BPMA e vários outros Batalhões), assim, mostra-se um expediente imparcial, acreditando que a Polícia Militar é uma única corporação, mostrando, apenas as injustiças e propondo algumas soluções, que em muitos casos são fáceis de serem executadas e pontuais para o incentivo e valorização do trabalho policial.”
Durante os debates verificamos que os pontos chaves, no que se refere a motivação para o policial exercer suas atividades, são: SALÁRIO E FOLGA.
A falta de um salário melhor, digno e condizente com a atividade exercida pelo policial tem sido uma das principais queixas da falta de motivação, haja vista outras categorias com menor tempo de existência (DER, DETRAN, AG. do CAJE, METRÔ, POLÍCIA CIVIL etc.) ter conquistado melhorias significativas.
A folga, atualmente tem sido o único fator real de motivação, desde que RESPEITADA. Em muitos casos o policial é obrigado a cumprir serviço no gozo de sua folga, seja serviço extraordinário sem remuneração (PIN, CARNAVAL, MANIFESTAÇÕES), conhecido como “VAIOTÁRIO”, seja escalado em voluntário sem ter pedido para tal (jogos, festividades ou a critério do comando, exercendo o que os policiais apelidaram de “VOLUNTÓRIO”.
Os pontos mais importante a serem debatidos, nos grupos de discussão, nos quartéis são:
O que é mais importante, no momento, discutirmos a reestruturação ou aumento salarial? É possível conseguirmos os dois? O que fazer com os 15% de recomposição salarial, conquistados e divididos em três anos? É possível defender um aumento real no risco de morte depois de tantas mortes de policiais?
Precisamos compreender que levar o povo as ruas é fácil, difícil é definir claramente o que se deseja. Durante as negociações os pedidos devem ser claros, objetivos e de acordo com os anseios da categoria. Se isso não ocorrer qualquer movimento será esvaziado. Precisamos compreender isso.
Sei que é algo chato e monótono, mas é necessário. É a fase de sistematizar nossas ideias para somente depois partirmos para as ações. Pontos abordados no manifesto que serão tratados durante a semana – Os eixos de discussão foram:
1) Estabilidade da praça;
2) Promoções;
3) Gratificações de comando e chefia;
4) Auxilio Fardamento diferenciado entre praças e oficiais;
5) Auxílio Transporte;
6) Risco de Morte;
7) Fim do serviço extraordinário gratuito;
8)Serviço Voluntário Gratificado;
9) Nossa vinculação com o exército.