Referência já em âmbito nacional, a rede estadual de saúde ganha reconhecimento para além das fronteiras do País, com a certificação internacional do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG) pela Agencia de Calidad Sanitaria de Andalucia (Acsa), uma das mais renomadas instituições de certificação da Europa. “Essa é a mensagem que eu quero mandar a todo o povo goiano: Goiás hoje tem o melhor hospital público do país”, afirmou o governador Ronaldo Caiado na manhã desta sexta-feira (16/10), durante a entrega do título, primeiro a ser concedido a um hospital público do Brasil.
Para Caiado, o título ao HGG coloca Goiás no patamar da melhor medicina feita no país. Além da excelência tecnológica, o governador pontuou que a certificação reconhece um aspecto ainda mais importante: a humanização das práticas. “Para que não seja o leito tal, número tal, mas sim o ‘Joaquim’, ‘Dona Maria’. Todo mundo identificado e com tratamento diferenciado”, afirmou durante a solenidade, que também marcou a entrega, pelo Governo estadual, via da Secretaria de Estado da Saúde (SES), de um mamógrafo e uma impressora Dry ao HGG.
O desafio agora, na avaliação do governador, é ampliar essa excelência em atendimento para todo o Estado. “Nossa ideia é expandir essa rede de tratamento. Não temos como concentrar, até porque só Goiânia não suporta o fluxo de todos os milhões de goianos que chegam.” Caiado voltou a destacar o trabalho de regionalização da saúde, com as Policlínicas e a estadualização de hospitais antes municipais. “Já que somos primeiro lugar no Ideb, temos que ser na saúde também”.
“Esse hospital é um grande orgulho para Goiás, mas não podemos, de maneira alguma, cruzar os braços. O que foi feito foi bom, mas o que está para ser feito é muito mais desafiador”, frisou secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino. O titular da SES estendeu o reconhecimento a todos colaboradores do hospital, seja os que estão em seus postos, como aqueles em teletrabalho. Lembrou que profissionais de saúde não são só médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, mas também os da equipe de limpeza, da vigilância, entre outros. “A todos vocês que estão envolvidos fica aqui o meu agradecimento, o meu reconhecimento”, pontuou.
O título internacional foi obtido após o HGG receber a visita de avaliadores do Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde (Ibes/International), responsável no país pelas avaliações de certificação da Acsa. O processo levou um ano, entre o início da preparação e a data da visita de certificação, com a presença da equipe nas dependências do hospital, segundo Christian Hart, diretor de Suporte e Inovação no Ibes, representante da instituição acreditadora.
A segurança dos pacientes é um dos principais itens da avaliação. “O quanto toda uma rotina de cuidados é aplicada para o bem do paciente, seu bem-estar e uma boa experiência”, detalhou Christian, que também citou a questão estrutural e a qualidade dos resultados entregues pela unidade como itens avaliados. “Não existe hospital público melhor que o HGG. Cada vez que entro aqui, me emociono, sem demagogia. Seguramente, não conheço outro que tenha a cara que o HGG tem em termos de humanização, modernização e comprometimento da equipe, que vive a vida do hospital”, afirmou.
O certificado se soma à acreditação máxima da Organização Nacional de Acreditação, a ONA 3 – Acreditado com Excelência, título que o hospital mantém desde 2018.
Para manter o título da Acsa, a unidade precisa atender a três critérios: cumprir ou superar, em 90% ou mais, os padrões de qualidade e segurança, cumprir ou superar, em 80% ou mais, os padrões de gestão integrada e cumprir ou superar, em 70% ou mais, os padrões ONA de Excelência em Gestão, demonstrando uma cultura organizacional de melhoria contínua com maturidade institucional.
Ainda na avaliação de Christian, a certificação coloca o CTI do Hospital Geral de Goiânia em pé de igualdade, entre os outros exemplos, com o Hospital San Raffaele de Milão (Itália), a nata dos hospitais do National Health Service (Inglaterra) e o Vall d’Hebron, de Barcelona (Espanha). “Com um selo desses a gente passa a dizer inclusive que nós somos orgulho para a saúde como um todo no mundo. Nós não somos só uma referência na região, mas passamos a ser referência fora do Brasil.”
O diretor do Ibes informou ainda que o hospital será convidado para disponibilizar informações sobre suas boas práticas em uma plataforma de avaliação, acessível aos participantes dessa acreditação em todo o mundo. Os bons cases da unidade estarão disponíveis para organizações no Brasil e na Europa poderem ter contato, aprender e trocar informações. “A gente tem um prazer grande de oferecer isso, porque eu acho que esse intercâmbio transcende as nossas possibilidades diárias.”
Novos equipamentos
Antes da solenidade, o governador Ronaldo Caiado também visitou o CTI, ambulatórios e uma exposição no hall do hospital, com depoimentos de mulheres que tiveram câncer e se curaram.
O mamógrafo e a impressora entregues nesta sexta-feira ao HGG custaram R$ 928 mil e vão substituir os equipamentos anteriores, fabricados em 2000, já no fim do ciclo de vida.
O novo mamógrafo irá entrar em operação de imediato, com a oferta à rede do Sistema Único de Saúde (SUS) de aproximadamente 800 exames mensais. “Estamos entregando à população, não só de Goiânia, mas de Goiás, um aparelho de última geração que, além do exame, faz a biópsia imediatamente, diminuindo o tempo para o paciente e avançando no diagnóstico”, explicou Caiado.
Com o processo licitatório realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico e Humano (Idtech), instituição responsável pela administração do hospital, foi gerada uma economia de R$ 139.260,00 em relação ao custo previsto originalmente e ao valor liberado, de R$ 1.067 milhão. “Isso só foi possível porque essa cultura de cuidado com o bem público e essa percepção da nossa obrigação de trabalho dentro da instituição é para que essas pessoas sejam cuidadas da melhor forma possível. As pessoas precisam e devem ser valorizadas.”, afirmou Marcelo Rabahi, coordenador de Ensino e Pesquisa do Idtech. A quantia economizada será devolvida à SES.
Os equipamentos são essenciais para a saúde da mulher em Goiás. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), apenas 24% das mulheres brasileiras têm acesso à mamografia.
Neste Outubro Rosa, a meta é realizar, inicialmente, 200 mamografias ainda neste mês, mas as atividades de prevenção serão executadas ao longo de todo o ano. “A cada 100 mil mulheres, em torno de 66 são comprometidas. Quando você faz o diagnóstico e a mamografia, você trata o câncer numa fase inicial, com 100% de recuperação”, alertou Caiado.
Arte no HGG
Durante a visita, o governador Ronaldo Caiado também lançou exposição Retratos da Cultura Brasileira, da artista plástica Ivone Vaccaro, que marca a volta do projeto Arte no HGG. A exposição vai evidenciar o estilo eclético de Ivone, que vai desde rostos famosos até índios brasileiros. Serão mais de 50 peças, que ficarão expostas no Ambulatório de Medicina Avançada (AMA).
Outra exposição também foi inaugurada na Galeria Juca de Lima, no quinto andar do HGG. A mostra “Arte na Retomada: Fé e Esperança”, da artista plástica e curadora voluntária do projeto Arte no HGG, Helena Vasconcelos, é dedicada ao ensino e à pesquisa da unidade. A abertura das duas exposições faz parte dos preparativos para a retomada dos atendimentos e procedimentos eletivos e integra o programa de humanização do HGG.
Participaram do evento os diretores do Idetch/HGG, José Cláudio Romero (Coordenador Executivo) e Durval Pedroso (técnico), a procuradora-geral do Estado, Juliana Prudente, o secretário-chefe da Casa Militar, coronel Luiz Carlos de Alencar, a superintendente de Regulação e Política de Saúde de Goiânia, Andreia Alcantara, que representou o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, a diretora da Sociedade de Terapia Intensiva do Estado de Goiás, Camila de Freitas e a artista plástica Ivone Vaccaro.
Além deles, Edilson Vieira dos Anjos, representante do Grupo Laticínios Bela Vista, que recebeu placa em agradecimento por R$ 23 mil em doações para confecção de vestimentas unissex ao HGG, para uso dos profissionais que aturaram no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Fotos: Wesley Costa
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás