Recentemente escrevi sobre o ingresso único na Corporação e após isso surgiram várias reações. Vejo vários blogs apresentando propostas, cada um defendendo sua visão e interesses, algo legítimo no Estado Democrático de Direito, mas creio que a fase do “achismo” já tenha passado. Já existe uma comissão em fase terminal do projeto.
O ponto principal agora não é o que temos de proposta, mas sim o que concordamos e discordamos da proposta que lá está. Isso é ter foco. Chegou a fase de negociarmos os pontos da proposta da comissão. Outro ponto que precisamos definir é se queremos SALÁRIO, PROMOÇÕES ou se é possível termos os dois. É algo básico.
Uma das propostas é voltada para o ingresso único. Somos tão infantis politicamente falando que ao invés de definirmos o que concordamos e discordamos focamos em ataques pessoais aqueles que tentam contribuir no processo.
Postei aqui a tentativa de criação de uma carreira com entrada única, divida em quadro de gestão e um de técnico. Vários ataques e criticas vieram contra mim por não concordarem com o termo TÉCNICO. Pouquíssimos tiveram a capacidade de argumentar o porque não queremos o termo “Técnico”. Ninguém questionou, por exemplo, se ao terminar o curso do CFO para ingresso na carreira de gestor o policial seria promovido a capitão ou tenente, já que a carreira da praça irá até 1º Tenente.
Precisamos aprender a debater ideias, aprender a argumentar e a contra-argumentar. Os blogs devem ter um papel de formador de opinião e não apenas de fomentadores de discórdias, respaldando ataques a pessoas e não a ideias.
Está claro que a estratégia é dividir para conquistar. Quanto pior, melhor para alguns. Estão apresentando vários projetos, gerando a discórdia entre nós, para depois alegarem mais uma vez que o projeto de reestruturação não foi para frente porque não sabemos o que queremos ou que não sabemos chegar a um consenso. Ocorreu fato semelhante recentemente. Precisamos ter a habilidade para compreendermos isso.
Vejo o momento atual como um jogo de “truco”. Um parlamentar, ao propor a carreira única chegando até coronel, gritou truco, a comissão do comando gritou “Meio Pau” ao criar a “entrada única”, acabando com o QOPMA, mas ampliando a possibilidade de mais policiais chegarem ao posto de 1º TENENTE E 2º TENENTE. Agora alguns oficiais reuniram-se, posicionaram-se contra a entrada única e apresentaram uma contraproposta gritando “SEIS”. Resta ver se iremos gritar “NOVE”. O problema é se o governo gritar “Doze”, bagunçar a mesa, sair rindo nos deixando com cara de bobos. Precisamos ficar atentos.