A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), concluiu o inquérito sobre a morte de centenas de peixes no Rio Vermelho, no lago Tigres, em Aruanã, e Lago Acará, em Britânia, no dia 1º de fevereiro deste ano. Ao final das investigações, um fazendeiro foi indiciado por crime ambiental.
À época, foram registradas mortes de diversas espécies aquáticas. Entre elas, traíra, mandubé, jaraqui, barbado, pintado, jaú e dourado. Durante as diligências, os policiais civis da especializada percorreram mais de 50 quilômetros nas águas do rio. A Saneago chegou a realizar perícia no local, para saber se havia contaminação. O laudo mostrou queda na concentração de oxigênio da água, que estava 20 vezes abaixo do considerado ideal.
Segundo a apuração da Dema, além dos peixes mortos, a cor da água também apresentou coloração escura e forte cheiro de chorume. Em uma fazenda às margens do Rio Vermelho, foram encontrados milhares de animais bovinos sendo criados. Na propriedade rural os policiais identificaram um pivô em uma planície de inundação do rio, implicando em risco de carregamento de defensivos e fertilizantes agrícolas para o manancial.
Durante os trabalhos, os policiais descobriram também que a água do rio estava sendo desviada pelo fazendeiro. De acordo com o inquérito, em um dos lagos foi identificada a presença de uma bactéria na água, encontrada nas fezes bovinas. Todas as situações constatadas contribuíram para a conclusão de que havia relação entre a criação de gado e a poluição da água na região.
O proprietário da fazenda irá responder por provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais brasileiras. Caso condenado, a pena para o fazendeiro pode variar de um a três anos de prisão ou multa.
Comunicação Setorial Secretaria de Segurança Pública