A Polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Grupo Antissequestro – GAS/DEIC), realizou nessa terça-feira (08) a prisão de membros de uma quadrilha especializada na prática de extorsão, na modalidade conhecida como “sextorsão”. Foram expedidos 8 mandados de prisão preventiva, dos quais 6 já foram cumpridos, contra uma associação criminosa. Os investigados foram presos em Goiânia, nos setores Perim, Jardim Curitiba e Jardim do Cerrado. A investigação da Deic se iniciou em julho deste ano.
O grupo, baseado em Goiânia, agia em todo o Brasil, fazendo inúmeras vítimas há cerca de oito meses. No “golpe”, praticado através de redes sociais, os criminosos, se passando por uma garota menor de idade, entravam em contato com homens e iniciavam conversas de teor erótico. Durante a conversa, enviavam às vítimas fotos nuas de mulheres que encontravam na internet e também pediam fotos íntimas (nudes) das vítimas. Após as vítimas enviarem as fotografias (nudes), através de aplicativos de mensagens, iniciava-se uma série de extorsões.
Inicialmente, os autores se passavam por algum parente da fictícia menor que teria descoberto a conversa de cunho sexual, exigindo dinheiro para que a menor se submetesse a tratamento psicológico e para que os pais da menor não fossem informados dos fatos. Após o pagamento inicial, outra série de extorsões eram praticadas, nas quais eram criados personagens – tais como policiais militares, delegados de polícia, escrivães de polícia – e entravam em contato com a vítima, exigindo mais dinheiro para que a “investigação” fosse arquivada. Por vezes, valendo-se de ameaças de morte, caso não fosse pago o valor exigido, informavam que também divulgariam as fotos íntimas enviadas pelas vítimas.
O esquema criminoso era tão elaborado, que os investigados chegavam a confeccionar mandados de prisões falsos com o nome das vítimas e os enviavam, solicitando dinheiro para que não fossem cumpridos.
Os investigados tinham funções diversas no grupo, sendo alguns responsáveis pelo encontro da vítima nas redes sociais (preferencialmente homens casados, mais velhos e do interior), pelas trocas de mensagens eróticas, pela extorsão em si e outros pela obtenção e empréstimo de contas para o recebimento do dinheiro subtraído das vítimas. O grupo movimentava cerca de R$ 20 mil por mês com os golpes. Os investigados responderão pelos crimes de extorsão e associação criminosa. Eles estão detidos na Casa de Prisão Provisória (CPP). Outros dois investigados ainda estão foragidos e são procurados pela Polícia Civil.
O líder da associação criminosa, Jonas Gomes da Silva, 26 anos também foi preso. A divulgação da imagem e identificação do preso foi precedida nos termos da Lei n.º 13.869, Portaria n.º 02/2020 – PC, especialmente porque visa a identificação de eventuais outros crimes cometidos pelo suspeito, vez que além do crime em tela, é envolvido com roubo de motocicletas, tendo afirmando já ter roubado mais de 150 motocicletas.