Uma temática antiga voltou a ser discutida ontem no Site Metrópoles: os problemas enfrentados pelo número de emergência da PM, administrado pela Secretária de Segurança Pública e da Paz Social, o famoso “190”. Ao final do texto os leitores poderão ver algumas matérias que já foram abordadas pelo próprio Metrópoles e poucas soluções efetivas do governo.
Em 2015 vários conflitos ocorreram entre o Comando da PM à época e o ex-secretário de segurança, Arthur Trindade, pois iniciou-se um retorno do “COPOM” as avessas. O Núcleo de despacho, que é o responsável por deslocar as viaturas para o atendimento de ocorrência, de competência da SSP, estava sendo realizado nos Batalhões por meio dos Radio Operadores, a maioria dos Batalhões ainda continuam escalando estes profissionais na esperança de que este serviço retorne.
A matéria abaixo é esclarecedora, pois a maioria dos operadores da segurança pública e, principalmente, a população não conhecem este sistema. Os problemas para serem resolvidos por lá precisam passar por grande choque de gestão com a quebra de vários paradigmas. Comparados a outros sistemas dentro e fora do país o do DF é extremamente amador e ineficiente.
Veja a matéria na íntegra:
“Sou policial militar e, na data de hoje, a Ciade ficou inoperante às 10h. Até agora está fora do ar, e são 23h. Não tem telefones nos quartéis, pois foram cortados por falta de pagamento. A população e os próprios policiais estão sem qualquer tipo de comunicação.” O relato, feito ao Metrópoles no último sábado (4/2), resume o desamparo dos cidadãos na hora de buscar socorro no Distrito Federal. O PM se refere à Central Integrada de Atendimento e Despacho (Ciade). Ciente das falhas, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) se prepara para mudar o funcionamento do serviço.
A Ciade recebe ligações do 190 (Polícia Militar), do 193 (Corpo de Bombeiros) e do 199 (Defesa Civil), além dos números internacionais 112 e 911. Cerca de 120 servidores trabalham no local. Porém, segundo informações da secretária Márcia de Alencar, 90% das ligações são destinadas à PM.
Por isso, será reativado o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), agilizando as respostas de pronto-atendimento. “Precisamos garantir melhor resposta em menor tempo”, disse Márcia em recente entrevista.
A titular da Segurança no DF evita falar em falhas ou problemas. Para ela, trata-se de “aprimoramento”. Com dados em mãos, a secretária afirma que, atualmente, a média de atendimento na Ciade varia entre 65% e 70%. “Antes de encerrar 2016, o percentual era bem menor: 35% a 40%”, disse.
Reclamações
Nos últimos meses, multiplicaram-se as reclamações da população sobre as dificuldades em acionar, por telefone, as forças policiais e de socorro no DF por meio da central. No último dia 1º, a servidora Aline Guedes, 39 anos, desistiu de ligar para a Ciade.
Quando viu que um ladrão estava roubando as rodas do carro de uma amiga, tentou entrar em contato com a polícia por três vezes no 190. Mas, de acordo com ela, os atendentes não deram atenção. “Eles ficavam conversando entre si e me deixaram em espera”, revolta-se.
Ainda não há previsão para as mudanças, em que radio-operadores das próprias corporações recebem as chamadas e as direcionam às respectivas unidades, saírem do papel. Os detalhes do novo funcionamento estão em estudo.
Mesas de despacho
Atualmente, a Ciade é composta por dois núcleos, o de atendimento e o de despacho. A primeira fase ocorre por meio do canal de emergência, que recebe as chamadas da população. Depois desse primeiro atendimento, os telefonemas são passados para as mesas da central de despacho, onde as denúncias são encaminhadas para policiais, bombeiros e agentes do Detran, de acordo com a necessidade.
Sobre a denúncia do policial militar, do início desta reportagem, a PM explicou, em nota, o que ocorreu: “Um problema em um disjuntor de energia elétrica também deixou parte das comunicações via rádio sem funcionar”.
Destacou que “a Diretoria de Telemática da corporação montou um backup recentemente para manter o funcionamento do sistema, porém, a proposta de contrato de manutenção de rede de comunicações da PMDF está parada no Tribunal de Contas do DF (TCDF) há dois anos”.
A SSP, também em nota, reforçou que embora estude mudanças no sistema, a Ciade tem “atendido bem” à demanda e está funcionando normalmente. Em três dias, segundo a secretaria, a central chega a receber 19 mil ligações — a maioria para o 190.
“A Ciade passou por uma reformulação para a melhoria dos serviços em 2016 e implantou um sistema para modernizar os registros. Essa plataforma permite, entre outras ações, a localização imediata da origem da chamada a partir do mapeamento de ligações feitas por celular”, afirmou a secretaria.
Por Mirelle Pinheiro – Site Metrópoles