Ao analisar a “proposta de reestruturação”, elaborada pela “comissão” nomeada pelo comando, percebe-se que ela iniciou bem progressista e terminou bem conservadora.

Não podemos negar que mesmo sendo conservadora, alguns avanços podem ocorrer. Foi aberto um debate importante que pode trazer resultados importantes em longo prazo, mas em curto prazo o que podemos esperar? Um ponto crítico é a criação de um quadro de coronéis, o que praticamente triplicaria o quantitativo de vagas e ainda criaria 10 (dez) vagas para um comissariado que não é nada mais nada menos do que vagas de “general” para a Corporação.  O que daria uma sobrevida aos oficiais R2, no que tange a manutenção do poder institucional, pois tal promoção seria por atinguidade.

Infelizmente o “mimetismo institucional” utilizado ainda foi o das Forças Armadas. Não poderia ser diferente, pois ainda é paradigma norteador daqueles que estão a frente do processo, ainda presos ao passado.  Digo isso, pois a criação da “carreira de coronel”, com as 10 (dez) vagas de comissários, demonstra isso. Precisamos mudar o paradigma.

Três pontos importantes estão na proposta:

1)   A criação da Fundação Tiradentes, pois criará a possibilidade de sanar alguns problemas que atualmente não conseguimos resolver da maneira tradicional, mas nos preocupa no que tange a virar uma “segunda” CABE;
2)   A “normatização” do papel do Instituto de Ciências Policiais;
3)   Uma aproximação salarial (tentativa de equiparação) com outras categorias da segurança pública do DF, a partir de 3º Sargento.

Alguns pontos precisam ser reavaliados e inseridos na proposta, são fundamentais para nosso crescimento e não podemos abrir mão deles:

1)   A prioridade número 01 (um) deve ser a promoção independente de vagas! (independência de vagas);
2)   Precisamos definir claramente o tempo de permanência nos cargos e regras de transição. (Antigo x Novinho);
3)   O ponto crucial deve ser a criação de “cotas” para solucionar o problema de interstício. Podemos chamá-lo de interstício seletivo ou simplesmente “COTA ANTIGÃO”. O que seria isso? Um reenquadramento dos antigos a posição que deveria estar em decorrência de seu tempo de serviço.
4)   Uma coisa precisa ficar clara: queremos carreira única ou ingresso único? Existe diferença? Sim existe! A entrada única é uma carreira em “Y”, enquanto a carreira única  em “I”.

A questão mais polêmica aqui é a “COTA ANTIGÃO”. O objetivo dela é permitir uma compensação pelos prejuízos causados a toda uma geração prejudicada pela falta de oportunidades e de visão institucional. Muitos foram limitados ao longo do tempo pelo limitarismo! Grande parte dos policiais de hoje não podem esperar muito tempo! Precisamos de ações a curto, médio e longo prazo! Alguns podem esperar, outros não!  

Precisamos analisar dois pontos importantes para discutir tudo isso:

1) Como se deu o desmembramento das carreiras na Polícia Civil para termos um parâmetro;

2) Como foi a fusão do quadro feminino na PM e suas consequências. Quais foram os benefícios? Quais foram os prejuízos?

Não podemos parar de pressionar o governo! É hora de pressionar nas redes sociais! Um governo que nos promete e não cumpre não merece nosso respeito! Vamos cobrar a fatura com juros e correção! Governador pague o que nos deve! A reestruturação é apenas a primeira de treze promessas não cumpridas!

Promessas de agnelo não cumprida