As atuais manifestações demonstraram como é fácil levar o povo as ruas. As manifestações que fizemos no ano passado na segurança pública também. Precisamos aprender que mobilizar é fácil, quando se tem uma boa causa. O difícil é manter o povo mobilizado quando as mobilizações perdem o foco, ou seja, a objetividade.

O atual cenário pode nos ensinar muito, o cenário da operação tartaruga pode nos ensinar ainda mais. Precisamos aprender com o passado para construir o nosso futuro.

Na eleição passada o atual governo nos enganou com treze promessas. Nos enganou? Talvez não. Nos deixamos enganar. Como dizem, engravidamos pelos ouvidos. Lindas palavras e belas promessas não podem mais nos iludir. Precisamos focar na qualidade de nossas “reivindicações”, não na quantidade. Além disso, precisamos ser objetivos, ter foco e acima de tudo persistência.

Não faço parte de associações, até porque não acredito mais nelas, mas acredito na mobilização social e no poder de organização que podemos chegar. Precisamos ter pelo menos 10 (dez) policiais em cada quartel influenciando outros 10 (dez) cada. Mostrando os caminhos que podemos seguir.

Acredito que o caminho seja focar em um planejamento a curto, médio e longo prazo:

1)   Em curto prazo, no que se refere a aumento real, o cenário está propício para um reajuste do risco de morte, acredito que esse aumento possa variar entre R$ 500,00 (quinhentos reais) e R$ 800,00 (oitocentos reais). É possível até o final do ano.

2)   Em médio prazo, no que se refere a recomposição salarial, devemos focar em reduzir as diferenças internas e ao mesmo tempo equiparar nossos salários com os salários iniciais das outras carreiras na secretaria de segurança pública. A diferença média entre as diferenças existentes gira em torno de R$ 3.000,00 (três mil reais), precisamos diluir essa diferença entre as várias gratificações que recebemos, ou criar novas, de preferência entre aquelas que podemos levar para a reserva.

3)   Em longo prazo, no que se refere a promoções, devemos focar nossa luta, como bandeira em todos as campanhas salariais, na promoção independente de vagas, no aumento real de efetivo, pois abriremos novamente o quadro, um modelo de polícia brasileiro, com ciclo completo de policiamento e um modelo civil de polícia. Lembrando que essas questões devem ser tratadas de maneira diferenciada da questão salarial.

Em minha opinião esse deve ser o eixo principal de nossa luta. Não adianta termos vários movimentos unificados falando coisas completamente diferentes. Antes de unificarmos qualquer movimento precisamos unificar nossas ideias. Movimentos podem ter vários, mas não podemos destoar em nossas reivindicações.

Panfleto (1)

Algumas reivindicações de associações enviadas ao governo:

1)   Transformar o auxílio alimentação em auxílio inatividade ao passar para a reserva remunerada;

2)   Aumento no valor do auxílio moradia e trazer para o GDF pagar;

3)   Implantação do auxílio transporte;

4)   Equivalência de cursos, do mesmo modo como aconteceu para o bombeiro;

5)   Volta do pagamento anuênio;

6)   Promoção independente de vagas até a graduação de subtenente;

7)   Ampliação do número de vagas nos quadros de oficiais combatentes, administrativos, especialistas e músicos;

8)   Promoção só por antiguidade para todos os postos e graduações;

9) Agregação dos policiais e bombeiros ao completarem 30 anos de serviço;

10)             Serviço voluntário com carga horária não superior a seis horas;

11)             Antecipação das parcelas do reajuste de 15% para este ano;

12) Anistia para os policiais e bombeiros militares de 2ª Classe subjudice;
13) Implantação do subsídio como forma de remuneração dos policais e bombeiros; e
14) Aumento de efetivo.