Após receber uma série de reclamações, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Correios) anunciou um conjunto de medidas para melhorar o atendimento no Rio de Janeiro. A empresa pretende, entre outras ações, contratar empregados terceirizados e dar tratamento especial a encomendas feitas por meio de transações eletrônicas. 

Em nota, a empresa reconhece que o serviço prestado foi afetado pela pandemia do novo coronavírus, assim como outros serviços prestados no estado do Rio de Janeiro: “o que se constata é um quadro de desaceleração geral das atividades”, informa. Com as medidas anunciadas, a empresa afirma que, de acordo com as previsões da área operacional, a partir da segunda quinzena de junho “será possível observar uma nítida melhora dos serviços dos Correios no Rio de Janeiro.”

Os Correios afirmaram que irão contratar cerca de 2 mil empregados terceirizados, realizar mais de 7 mil horas extras, alugar mais de 70 linhas de transporte de carga e oferecer tratamento especial a encomendas oriundas de transações eletrônicas.

De acordo com a empresa, as medidas de isolamento social levaram a um aumento expressivo no tráfego de encomendas. Ao mesmo tempo, houve um decréscimo no efetivo da empresa, que dispensou do trabalho presencial os funcionários em grupos de risco ou que moram com pessoas que podem ser mais suscetíveis ao agravamento da infecção causada pelo vírus. 

“Dessa forma, a já elevada carga diária que transita pelas instalações dos Correios no Estado passou a demandar ainda mais do reduzido contingente operacional”, explica. 

Reclamações 

Nesta segunda-feira (25), o Procon Estadual do Rio de Janeiro, autarquia vinculada à Secretaria de Estado Desenvolvimento Econômico, instaurou um processo de investigação preliminar contra os Correios, para apurar o elevado número de reclamações recebidas de consumidores sobre produtos não entregues, extraviados ou avariados, cobranças indevidas e qualidade de atendimento. Ao todo, a autarquia recebeu 305 diferentes demandas contra a empresa entre 27 de fevereiro e 15 de maio.

O Procon, estabeleceu o prazo de dez dias para os Correios responderem os  questionamentos sobre procedimentos adotados em casos de reclamação do consumidor pela não entrega do produto, atraso na entrega, existência de canal próprio para tratamento direto dessas reclamações e prazo de devolução do dinheiro no caso de produto extraviado. Além disso, os Correios devem esclarecer as medidas tomadas para lidar com o aumento da demanda, entre outras ações definidas durante a pandemia. 

Caso considere as explicações insatisfatórias, o Procon pode abrir um Ato Sancionatório ou instaurar uma Ação Civil Pública, que podem resultar em multa de até R$ 10 milhões e outras penalidades para a empresa. 

Em relação a este processo, os Correios informaram que receberam a notificação do Procon ontem (26) e que a área jurídica da empresa está tratando do assunto para responder a autarquia. Segundo os Correios, as medidas anunciadas pela empresa serão juntadas a outras informações relacionadas ao plano de melhorias que está sendo executado pelos Correios no Rio de Janeiro e serão encaminhadas ao Procon.