Com o início do ano letivo de 2022 na rede pública estadual de ensino, o Governo de Goiás retoma as atividades de Educação Especial para atender cerca de 17 mil alunos com deficiência. Esses estudantes estão distribuídos entre 900 escolas, aproximadamente, com uma concentração maior nos municípios de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis.
Do total de colégios com alunos deficientes matriculados, apenas 33 são especiais . As demais são escolas regulares, onde os estudantes convivem diariamente com outros alunos sem deficiência. Nessas unidades, os professores regentes e os profissionais da Educação Especial trabalham juntos para escolarizar os alunos da Educação Especial, considerando suas especificidades, e apoiar a socialização desses educandos.
A maior parte desses 17 mil estudantes são deficientes intelectuais e autistas. Há também alunos com Altas Habilidades/Superdotação, deficiência física, visual e auditiva. Um deles é o estudante Ricardo, que tem deficiência intelectual e cursa o 6º ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Gracinda de Lourdes, em Goiânia.
Na segunda semana de aula, ele afirmou estar feliz com a volta às aulas presenciais: “É muito bom, bem melhor que ficar em casa”. Sua disciplina favorita é Matemática e ele contou se sentir bem acolhido pelos colegas. “Todos me tratam muito bem e tenho amigos aqui também”, compartilhou Ricardo.
Seja em escolas especiais, exclusivas para crianças e jovens com deficiência, ou em escolas regulares, como a Escola Estadual Gracinda de Lourdes, o Governo de Goiás promove a inclusão de estudantes com deficiência por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e com o apoio de profissionais de Educação Especial e de professores regentes da rede estadual.
Atendimento Educacional Especializado
Nas escolas regulares, todos os estudantes com deficiência têm direito ao Atendimento Educacional Especializado (AEE). Ele é realizado no contraturno escolar com a orientação de um professor, por meio de recursos didáticos e estratégias pedagógicas acessíveis.
Na tarde desta terça-feira (25/01), a professora de AEE da Escola Estadual Gracinda de Lourdes ensinou para os alunos Ricardo, Júlia e Maria Eduarda um jogo de memória para associar figuras iguais e nomear as profissões dos personagens. Essa e outras atividades tem o objetivo de fortalecer a inclusão e complementar a formação desses educandos, de acordo com as necessidades específicas de cada um.
De acordo com o estudante Ricardo, o AEE é importante para seu aprendizado. “A gente faz mais tarefas, para reforçar as tarefas que a gente tem mais dificuldade”, relatou o aluno quando questionado sobre as atividades mais frequentes.
Salas de AEE
Na rede pública estadual há, atualmente, 338 escolas com salas de AEE. Essas unidades atendem estudantes matriculados em suas escolas e, também, em colégios vizinhos.
Atualmente, todas as salas de AEE estão passando por reformas e recebendo equipamentos para padronização no Estado. As escolas com AEE receberam R$ 32 mil para custear as obras e adquirir materiais didáticos, mobiliário e equipamentos tecnológicos discriminados em manual da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).
Profissionais da Educação Especial
As crianças e os adolescentes matriculados na rede estadual que apresentam maior comprometimento ou precisam de acompanhamento são atendidos por profissionais da Educação Especial. No caso dos alunos com deficiência intelectual e Transtorno do Espectro Autista, quando há necessidade, eles são assistidos por profissionais de apoio durante o horário escolar.
Já os alunos surdos são acompanhados por profissionais intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e os deficientes físicos são auxiliados por higienizadores. Há também os professores de AEE que realizam atividades pedagógicas e atendem os alunos com deficiência no contraturno escolar. Todavia, o gerente de Educação Especial da Seduc, Weberson de Oliveira, destaca que a responsabilidade pela inclusão é de todos os profissionais da escola.
“Nós temos uma convicção histórica de que o aluno com deficiência na sala de aula é responsabilidade do profissional de apoio. Nós temos que quebrar esse paradigma. O aluno é responsabilidade de todos, do professor regente em sala de aula, do porteiro, da merendeira, do coordenador e do diretor. Temos que pensar a escola inclusiva nessa perspectiva”, defendeu o gerente.
Formação de professores para inclusão escolar
Para capacitar os professores da rede pública estadual a lidarem com os estudantes com deficiência da melhor forma e desenvolver um trabalho pedagógico inclusivo nas escolas, o Governo de Goiás vai investir em formação para os docentes em 2022. “Vamos ofertar um curso de Educação Especial para todos os professores regentes da rede”, anunciou o gerente da Seduc.
Em 2019, 2020 e 2021, a Seduc também realizou formações sobre Educação Especial com profissionais de apoio e cursos de Libras destinados a profissionais da rede estadual.
Núcleos e Centros de Educação Especial da Seduc
Dentro da Seduc, foram criados centros de formação e atendimento à população vinculados à Gerência de Educação Especial:
• Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP): responsável por cursos formativos para professores e alunos da rede estadual e comunidade em geral, além da produção de materiais em Braille
• Centro de Capacitação dos Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez (CAS): realiza cursos formativos de Libras para professores e alunos da rede estadual e comunidade em geral
• Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (NAAH/S): responsável por identificar estudantes da rede pública e privada de ensino com Altas Habilidades ou Superdotação, atender esses estudantes e fazer formações para professores de AEE e comunidade em geral
• Núcleo de Atendimento Educacional Hospitalar (NAEH): disponibiliza atendimento pedagógico para crianças, jovens e adolescentes em tratamento hospitalar ou em condições especiais de saúde.