A força-tarefa criada pelo Governo de Goiás para investigar o duplo homicídio que vitimou dois advogados em Goiânia apresentou em tempo célere, neste sábado (31/10), a primeira fase da operação com respostas à sociedade sobre os responsáveis pela execução do crime. Agora avança para apurar a motivação e a possível participação de outras pessoas.

“Vamos para as outras etapas, que vão definir se foi pistolagem, a mando, ou realmente latrocínio. De qualquer maneira pretendemos elucidar o mais rápido possível”, assegurou o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda.

Frank Alessandro Carvalhaes de Assis e Marcus Aprigio Chaves foram mortos a tiros na tarde de quarta-feira (28/10), no escritório onde trabalhavam, no Setor Aeroporto. Imediatamente, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), sob determinação do governador Ronaldo Caiado, montou uma força-tarefa para investigar o caso, composta por cerca de 50 agentes, entre eles delegados, papiloscopistas e datiloscopistas.

A ação ocorre no âmbito da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), com apoio das inteligências das forças policiais (Polícia Civil e Militar).

O delegado-geral da Polícia Civil, Odair José Soares, abriu a entrevista coletiva deste sábado prestando solidariedade às famílias das vítimas, e garantiu o empenho da corporação em concluir o inquérito do caso.

“A sociedade não aceita mais tamanha covardia. É na Polícia Civil que está o braço do Estado para que tais crimes não fiquem impunes, para que sejam elucidados e seus autores responsabilizados”, disse. “Essa ação é mais um bom exemplo de como as equipes altamente capacitadas conseguiram, em tempo muito curto, identificar os autores desse brutal crime e colher provas e apresentá-las à sociedade.”

Já o coordenador da força-tarefa e titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Rilmo Braga, chamou a atenção para a rápida resposta investigativa que a polícia goiana tem apresentado, a exemplo desse caso. “Todos os crimes de repercussão do ano de 2020, todos, absolutamente todos foram elucidados, justamente em razão da velocidade que essas forças-tarefas permitem que as diligências sejam feitas de forma concatenada e, claro, integrada com as demais forças de segurança, que sempre têm nos prestado imediato apoio”, frisou.

Investigação

Sobre a dinâmica do crime, o delegado Rhaniel Almeida explicou que o isolamento do local e as provas coletadas ali foram essenciais para identificação da dupla responsável pela execução, Pedro Henrique Martins Soares e Jaberson Gomes.

A força-tarefa descobriu que os dois estavam em Goiânia desde 24 de outubro, e se hospedaram em hotéis até o dia do fato, o que corrobora com a informação de que a execução foi planejada. “O crime aconteceu por volta das 14h30. Às 15h10, eles já estavam deixando Goiânia rumo a Anápolis. Em Anápolis, tomaram um ônibus com destino a Palmas”, afirmou.

Em rápida ação, o delegado afirmou que o Poder Judiciário, com parecer favorável do Ministério Público de Goiás (MP-GO), acatou o pedido de prisão, ocasião em que membros da força-tarefa se deslocaram até o município de Porto Nacional, em Tocantins, para realizar as buscas.

Pedro Henrique foi localizado e detido na sexta-feira (30/10), com o apoio da Polícia Civil local. Nesta manhã de sábado, foi transferido para Goiânia, onde permanece preso. Já Jaberson morreu em confronto com policiais militares do Tocantins.

O delegado Rilmo Braga declarou que não há dúvidas sobre a autoria do crime. “Essa é a dupla de executores. São provas científicas, provas testemunhais e provas de diversas naturezas de inteligência policial”, disse. Entre elas está a arma do crime, apresentada durante a entrevista coletiva e que ainda deve passar por confronto microbalístico.

Os membros da força-tarefa explicaram que as próximas etapas da investigação seguirão sob sigilo, o que garantirá maior eficiência na elucidação total do caso. “Não somente porque é uma determinação do código do processo penal, mas porque neste caso é perfeitamente possível que haja um prejuízo enorme para as futuras vindouras diligências”, informou o titular da DIH.

O custodiado Pedro Henrique, apontado como autor dos disparos que mataram os advogados, ainda passará por interrogatório formal.

Dinâmica do crime e perfil dos autores

Na última quarta-feira (28/10), o assassinato dos advogados Marcus Aprígio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis causou choque e consternação em Goiás e teve repercussão nacional. Segundo a Polícia Civil, os autores são Pedro Henrique Martins Soares, de 25 anos, e Jaberson Gomes, morto em confronto com a polícia do Tocantins. Jaberson é apontado como o responsável por ter ligado, agendado e monitorado a rotina dos advogados.

No dia do crime, os dois entraram no escritório das vítimas, localizado no Setor Aeroporto, em Goiânia, por volta das 14h. Pedro Henrique é apontado como o executor, responsável por efetuar três disparos em uma vítima e um disparo na outra. No escritório dos advogados, os criminosos levaram a quantia de R$ 2 mil e fugiram após os assassinatos. O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, afirma que o crime foi planejado. A prisão preventiva dos autores foi decretada apenas um dia depois.

Considerados de extrema periculosidade, os suspeitos possuem extensa ficha criminal. Pedro Henrique tem a fama de ser um dos maiores matadores de aluguel do Estado de Tocantins. “Segundo ele relatou para os nossos agentes, quando perguntado quantas pessoas ele tinha matado, a resposta foi a seguinte: com esses dois, 12 pessoas”, disse o delegado Rhaniel Almeida.

Fotos: Divulgação/SSP-GO

Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás