Morreu ontem (15), aos 75 anos, o monsenhor José Roberto Rodrigues Devellard, pároco durante 34 anos, da Paróquia da Ressurreição, em Copacabana, na Zona Sul do Rio. As informações são da Arquidiocese de São Sebastião. As missas de Devellard, aos domingos, eram retransmitidas pela TV Brasil.
De acordo com comunicado da paróquia, Devellard sentiu-se mal no início da noite de segunda-feira (14), quando procurou um hospital. Chegou a passar por procedimento para colocar seis stents, e estava reagindo bem, mas não resistiu ao sofrer um enfarte.
A trajetória religiosa do monsenhor começou aos 15 anos, quando foi convidado pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Cachambi, na Zona Norte do Rio, que frequentava com a família, para ingressar no Seminário Arquidiocesano de São José. Foi ordenado em 1973. A turma do monsenhor foi a primeira a ser realizada na Catedral de São Sebastião, após a inauguração.
Enquanto era seminarista, trabalhou na Paróquia Nossa Senhora das Dores e São Judas Tadeu, em Anchieta, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no Leme, e foi professor nos colégios São Paulo e Santo Inácio.
Após ser ordenado, foi pároco na Paróquia São Tiago Apóstolo, no Lins de Vasconcelos, antes de assumir a Paróquia da Ressurreição. A igreja ficava no galpão de uma fábrica de papelão, e com ajuda da comunidade ele construiu a igreja, o centro comunitário e a casa paroquial. Trabalhou também como missionário no morro Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul da cidade.
Em 2 de maio de 1994, recebeu o título de Cônego na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e, desde 11 de abril de 2001, era Capelão de Sua Santidade, título concedido pelo Papa São João Paulo II.
Estudou em Roma, na Itália, onde cursou missiologia, com tese de Arte Sacra, na Universidade Gregoriana, e teologia, com tese em catequese, na Universidade Laterana. Foi professor de ética na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), de Arte Sacra e homilética, no Seminário São José, diretor do Museu de Arte Sacra e coordenador da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese do Rio. Era também membro da Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.
“A simplicidade de Mons. Devellard não manifestava a profundidade de sua formação e a intensa atividade que exercia. Transpareciam nele, sobretudo, o jeito alegre e acolhedor de um típico carioca, que o tornavam uma figura conhecida e estimada por todos. Ao mesmo tempo, foi um sacerdote que, a exemplo do Cristo Bom Pastor, guiou com sabedoria e misericórdia o rebanho que lhe foi confiado. Seu testemunho de fidelidade e amor à sua vocação influenciou as gerações de sacerdotes que tiveram o privilégio de conviver com ele”, diz, em nota, a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Nos últimos anos, celebrava missa aos domingos de manhã, no santuário Nossa Senhora de Fátima, no Recreio, com transmissão pela TV Brasil. A missa do último domingo (13) foi celebrada por ele.