Willians Mar da Silva, conhecido por todos como “Peruca”, era operador de áudio e atuava nas rádios da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele faleceu na tarde de ontem (30), após um infarto fulminante. De acordo com a direção da EBC, ainda não foram fornecidas informações sobre velório e sepultamento. Mas os procedimentos serão restritos em razão da pandemia, com presença de no máximo 10 pessoas.
Peruca começou na empresa em 1968, quando era Rádio e TV Nacional. Lotado na Coordenação de Operações de Rádio, atuava nos estúdios de gravação de programas ao vivo. Em vídeo por ocasião dos 8 anos da EBC, ele falou sobre sua experiência. “Eu entrei trabalhando em um programa do Luiz Alberto, “Eu de cá, você de lá”. Gosto muito de trabalhar aqui porque temos bons colegas. Um colega está sempre fazendo um pelo outro, é uma irmandade. Isso é uma casa cheia de carinho”, comentou em 2015.
Em outro vídeo, sobre o aniversário de 59 anos da Rádio Nacional AM de Brasília, em 2017, Peruca relembrou programas e radialistas que passaram pela emissora.”Na época, os operadores faziam de tudo. Todos faziam toda a programação da empresa. A tecnologia mudou tudo. Antes era tudo analógico, gravador de rolo, cartucheira, disco de vinil. Era uma série de coisas que hoje foi extingo hoje. Hoje é nova tecnologia, e temos na empresa”, comentou em 2017.
A direção da EBC divulgou nota em que lamenta a morte e se solidariza com a família do ex-funcionário. Colegas publicaram postagens em redes sociais lamentando a morte de Willians Mar. “Peruca se confunde com a história da EBC, homem de coração imenso”, escreveu um colega.
“Eu conheci o Peruca por volta 1990, quando eu fui estagiário na Rádio Nacional AM de Brasília, que completa hoje 62 anos. Peruca era operador de áudio do programa Eu de Cá, Você de Lá . E eu era estagiário, atendia as ligações e passava para o apresentador Luiz Alberto. Peruca era uma das pessoas mais simples que conheci. Eu nunca vi o Peruca de mau humor, sem estar sorrindo. Ele sempre foi uma pessoa humilde e simples. Me impressionava no Peruca o carisma, a simpatia, a vontade de sempre falar uma coisa engraçada e o tratamento sempre cordial com os colegas Nos últimos tempo, me chamava de professor. Isso é sinal de humildade, um cara que tinha tanto pra ensinar – e ensinou – tinha uma relação no trato com as pessoas. É uma perda grande. A Rádio Nacional que tem um ambiente ótimo na operação, perde o riso fácil que era estar junto do Peruca”, disse o repórter da Agência Brasil, Gilberto Costa.
“Estávamos uma vez no corredor da Rádio, chegou alguém e procurou pelo senhor Willians Mar. Olhei para um lado, para o outro, falei ´não sei´. Ficamos sem saber o que responder. Aí a pessoa disse: ´o Peruca´. Aí facilitou. Conhecia o Peruca, que ajudou a dar vida ao programa Eu de cá, você de lá, apresentado por Luiz Alberto, comunicador incontestável mas que achou no Peruca a escada perfeita para o humor. Preparava a piada, jogava, o Peruca respondia e ele concluía”, conta Luciano Barroso, radialista e jornalista da Rádio Nacional.
“Peruca, além de um colaborador da EBC era um amigo particular. Ele entrou na antiga Radiobrás. Ele saiu, passou um tempo fora e logo voltou. Ele estava na ativa apesar de aposentado. Ele tinha uma importância gigantesca para as rádios EBC, passou pela fase mais importante do rádio de Brasília. Não era só um operador, ele fazia parte dos programas. Os locutores adoravam gravar com ele, porque ele interagia e gostava de fazer as participações”, relata Leleco Santos, gerente de Operações de Rádio da EBC.
“Peruca era um amigo de verdade. Procurava agradar a todos e estava sempre preocupado com a gente. A nossa amizade era algo muito presente na minha vida. Entre um café e outro nós ríamos muito. Eu não imaginava que ia doer tanto perder ele”, diz Patrícia Fontoura, produtora da Rádio Nacional da Amazônia.
“Peruca foi um grande companheiro de trabalho. Sempre muito competente na sua função. Todos gostavam de trabalhar com ele, por que sabiam que o trabalho sairia perfeito. Deus o receba como ele merece, e conforte os corações dos que sofrem com sua partida!”, diz Marina Couto, ex-funcionária da Rádio Nacional da Amazônia