Todos devem se recordar que a capital do Brasil já foi o Rio de Janeiro, de lá herdamos a polícia e vários órgãos públicos, além dos servidores. Começamos a cidade praticamente do zero. Com o tempo, vieram as invasões, depois os assentamentos, depois os grandes conglomerados urbanos, por meio do processo de conurbação, ou seja,  extensa área urbana formada por cidades e vilarejos que foram surgindo e se desenvolvendo um ao lado do outro, formando um conjunto. Em breve teremos uma penitenciária federal e com ela a chegada de vários problemas.
Construída para abrigar condenados em penas altas, perigosos e articulados no crime organizado, a penitenciária federal de Brasília está pronta e prestes a ser inaugurada dentro do Complexo Penitenciário da Papuda. O Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça, acerta os últimos detalhes para colar a unidade que custou R$ 40 milhões em funcionamento. A data prevista para a inauguração é janeiro, depois de vários atrasos. Falta pouco agora para o Distrito Federal entrar na rota de presidiários perigosos e de seus staffs – advogados, familiares e parceiros no mundo da criminalidade.
A lotação de presidiários em presídios federais é de presos perigosos, com conexões fortes em estruturas criminosas ativas. São bandidos que mesmo dentro da cadeia mantêm um vínculo com o mundo externo, inclusive organizando o tráfico de drogas, assaltos e homicídios. Por isso, a inauguração da penitenciária federal em Brasília desperta debates e preocupações entre policiais civis e promotores de Justiça. Hoje o sistema penitenciário do DF não está contaminado pelo crime organizado. Os presos perigosos vão ficar isolados no presídio federal. Mas o receio é de que a transferência deles para Brasília acabe por trazer também seus asseclas e suas estruturas criminosas.
O presídio de segurança máxima de Brasília será o quinto do país. Já funcionam unidades em Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS). Todos funcionam com a mesma rotina. São 208 celas de seis metros quadrados, cada uma para um único detento, destinadas a presos como o traficante Fernandindo Beira-Mar, condenado a 320 anos de prisão, que cumpre a pena atualmente no presídio de Mossoró. Caberá ao Depen definir quem virá para Brasília.
Neste tipo de presídio o interno fica isolado numa cela, com direito a apenas duas horas de banho de sol, por dia, sem direito a visita íntima, e com contatos externos apenas pelo parlatório, da forma como se vê em filmes: por telefone, separado do interlocutor por um vidro. Todas as conversas, mesmo com os advogados, são gravadas. Os visitantes passam por quatro vistorias e essa regra vale até mesmo para juízes, servidores e advogados dos presos.
Recentemente, vários presos ligados a facções criminosas, dentre eles, integrantes do Comando Vermelho do Rio de Janeiro e do PCC – Primeiro Comando da Capital, de São Paulo. A tendência com a vinda de presos perigosos oriundos de outros estados é o aumento da criminalidade na cidade.  Uma alternativa é deixar as celas de Brasília reservada para os políticos envolvidos em corrupção, desta maneira ainda faltará espaço para recebê-los.
Com informações do Blog CB Poder – Jornal Correio Braziliense