A presidente Dilma chamou ontem à noite no Palácio da Alvorada o governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz e mandou endurecer o jogo contra as lideranças das associações da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, que sem motivo decretaram a operação tartaruga. Dilma quer que o GDF use o rigor da lei e puna os líderes do movimento.

 A ABIN já detectou que por trás da suposta reivindicação de aumento de salários há na verdade um grupo com interesses políticos e prejudicando a sociedade. A presidenta acionou ainda a Receita Federal e o INSS para que façam uma devassa nas contas das associações, que estão dando apoio ao movimento. Para saber se essas entidades estão em dia com o fisco e vai colocar a Polícia Federal para investigar de onde parte o dinheiro para financiar a estrutura das assembleias.

 Para Dilma, os policiais e bombeiros militares do DF não têm do que reclamar; todo mundo está sendo promovido e em cada promoção há um aumento real de salário no soldo dos militares. Portanto, vem chumbo grosso por aí.

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95% dos policiais federais afirmam que estão sendo perseguidos por terem prendido corruptos

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) aponta que a ingerência política e o enfraquecimento da Polícia Federal – por ação ou omissão do governo – são as principais causas do recuo nas investigações de impacto contra a corrupção. 

 Coletada num universo de 1.732 servidores da PF, a pesquisa mostra que 89,37% afirmam que há controle político da instituição, 75,28% dizem ter presenciado ou ouvido algum relato de interferência político e – o mais alarmante – 94,34% acreditam que o enfraquecimento do órgão, proposital, é uma espécie de “castigo” pelo fato de investigações anteriores terem chegado a personagens que gravitam em torno do poder.
“Nunca em sua história a PF enfrentou uma situação como agora. O órgão está sucateado, os policiais estão desmotivados e há uma crise de atribuições sem precedentes. A falta de investimentos enfraquece as investigações, enquanto o comando da PF se mostra alheio à crise”, dispara o presidente da Fenapef, o agente federal Jones Borges Leal.Leal diz ainda que o esvaziamento das operações contra a corrupção reflete diretamente no número de prisões por desvios de recursos públicos. Atualmente, segundo ele, o volume de prisões não chega a 20% do que foi nos anos em que a polícia fazia um ataque frontal à corrupção na ofensiva que se tornou prioridade do órgão e sem interferência política. O levantamento da entidade mostra uma queda brutal no número de prisões em geral de 2009 a 2013: de 2.663 para 786.
Segundo ele, para a pesquisa, a entidade usou um sistema de consulta baseado no envio de mensagens eletrônicas individualizadas e criptografadas num universo formado por agentes, escrivães e papiloscopistas (peritos em impressões digitais), cargos essenciais em análises, ações de inteligência e estruturação das grandes operações do órgão.Leal diz que a pesquisa, com margem de erro de 3%, é confiável e reflete o aumento de reclamações que chegam à Fenapef.
 “Quase todos os dias um policial denuncia que foi realocado para outras funções quando estava para concluir alguma investigação, normalmente contra a corrupção”, afirma o policial.
Outro dado preocupante apontado pela pesquisa: 95% declararam que o governo federal não está preocupado com a produtividade do órgão, e mostraram que a Polícia Federal virou uma espécie de caixa preta, sem a ofensiva que há poucos anos marcou a atuação do órgão contra poderosos de todos os poderes da República flagrados em malfeitos.
“É necessário avaliar o que está acontecendo. Quem perde é a sociedade”, alerta o presidente da Fenapef. Para Leal a inércia da PF está na contramão das manifestações populares, mas ajuda a explicar atitudes como a absolvição política do deputado Natan Donadon cujo mandato, apesar de preso e condenado definitivamente por desvios de recursos públicos, a Câmara preservou. 
Vasconcelo Quadros 
Fonte: iG São Paulo/Folha Política
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