A secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) lançou licitação para compra de material de monitoramento por câmeras de vídeo. O resumo do pregão, divulgado no Diário Oficial, especifica apenas o número de switches, equipamento para extensão física dos pontos de rede, mas o edital detalhado indica que serão adquiridos 500 equipamentos.
O videomonitoramento é resultado da parceria entre o GDF e o Ministério da Justiça. Os dois convênios citados na licitação são dos últimos dias de 2018, publicados no Diário Oficial da União no início de 2019. O aporte financeiro é essencialmente federal: a União entrou com R$ 5,316 milhões e o DF capitaneou R$ 55 mil.
De acordo com a SSP-DF, conforme levantamento realizado em 16 de outubro deste ano, existem 584 câmeras de videomonitoramento fixas e móveis em operação em regiões administrativas do Distrito Federal. Destas, 552 estão ativas.
Investigações policiais
Por meio do videomonitoramento, é possível fiscalizar as cidades e identificar suspeitos de crimes. As câmeras também auxiliam nas investigações policiais, acompanhamento de manifestações, shows e situações de acidente de trânsito, por exemplo.
O responsável pelos equipamentos é o Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB), que recebe solicitações de recortes de imagens de órgãos que fazem investigação, como Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
As imagens que chegam ao CIOB por meio do sistema de videomonitoramento contribuem, junto com o policiamento ostensivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), para a diminuição da criminalidade e o aumento da sensação de segurança.
Cabe esclarecer que o CIOB monitora áreas de interesse permanente — locais escolhidos para a instalação dos equipamentos que seguem, principalmente, as manchas criminais. São dados que mostram os dias, horários e locais de maior incidência dos crimes.
Primeiro trimestre de 2020
A instalação das mais 500 câmeras nas ruas está prevista para o fim do primeiro trimestre de 2020 e será feita de acordo com a chegada de recursos oriundos de emendas parlamentares e destinação de verbas federais.
O número de assassinatos no Distrito Federal tem assustado a população. Apenas em setembro deste ano, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) computou 32 homicídios e dois latrocínios, o que resulta em média superior a uma morte violenta por dia.
Casos de grande repercussão tiveram o auxílio de câmeras espalhadas pelas ruas. A fuga dos suspeitos de assassinar o padre Casemiro, na 702 Norte, por exemplo, foi flagrada pelo circuito da quadra.
O que diz o secretário
Na sexta-feira (25/10/2019), o secretário de Segurança Pública do DF concedeu entrevista ao Metrópoles e comentou o assunto. Anderson Torres citou justamente o caso do padre polonês, indicando que as câmeras instaladas nos arredores do local foram essenciais na elucidação do crime.
Ele também indicou que o videomonitoramento é de grande ajuda para a resolução de sequestros e crimes contra o patrimônio, como roubos e furtos de carros.
Informações do Portal Metrópoles