Aqui, fala-se constantemente em mudança cultural e liderar, sendo assim, quando se fala em liderança devemos compreender as origens da escola que vigora até hoje na maioria das Corporações militares. O pensamento atual foi forjado na Escola Superior de Guerra, em tempos de ditadura e tornou-se uma verdade absoluta dentro das Instituições militares. Não podemos dissociar o passado do nosso presente, pois é compreendendo os erros do passado que construiremos nosso futuro. A liderança em nossa Corporação sempre foi atrelada ao cargo, mas é bom relembrarmos que: “nem todo chefe é líder e nem todo líder é chefe.” A liderança é compreendida como “um dos condutores das organizações para o alcance de sua excelência e de sua própria superação”, sendo assim, podemos afirmar: precisamos de líderes nas polícias militares de nosso país! Quando focamos no estudo da Administração percebemos claramente que a Escola Tradicional, defendida por nossos antecessores, definiu que a liderança é exercida por meio da autoridade, derivada do cargo que o indivíduo ocupa. O foco principal dessa escola “voltava-se para a análise das atividades das empresas e necessidades da organização, pouco atentando para as necessidades, desejos e aspirações do ser humano”. Nesse prisma, a função do líder, evidentemente, era estabelecer e impor critérios de realização, a fim de atender os objetivos da organização. Mas algumas perguntas surgem: quem é a organização? A Corporação não seria os indivíduos? Se deixarmos somente os prédios ela funcionará? Tais perguntas são importantes para a nossa mudança de paradigma, pois com o desenvolvimento das Ciências Sociais e o surgimento da Escola Behaviorista, o estudo da administração voltou-se para “os problemas do ser humano dentro da organização”, principalmente nos aspectos de motivação do trabalho. Se analisarmos nossa Corporação com base nesse conceito outra pergunta deveria ser feita: O que nos motiva? O salário é nossa única motivação? Segundo essa perspectiva, os centros de poder na organização estavam nas relações interpessoais que se criavam nas unidades de trabalho. Assim, o estudo da liderança deixou de enfocar a tarefa, passando a focalizar as pessoas. Precisamos compreender que a liderança, segundo Cury (2005), surge não apenas pelo “conjunto de qualidades do líder, mas pelas expectativas do grupo, que fazem do líder um “líder por aceitação”, isto é, um líder natural do grupo, cuja liderança é amplamente aceita pelos demais.” É importante salientar que o “fenômeno da liderança tem por base constitutiva a interação entre indivíduos, interação essa por meio da qual, em um grupo ou numa organização, uma pessoa exerce decisiva influência sobre os demais.” Portanto, a liderança “é um modo de proceder com os outros, que se caracteriza, não particularmente, pelas características do líder, mas pela qualidade da interação. O modo de relacionar-se é o que faz que, em determinadas circunstâncias, uma pessoa torne-se capaz de exercer preponderante influência sobre o grupo”. Não temos como fechar os olhos para definição de que o “líder é aquele que transforma uma organização comum numa verdadeira instituição.” É, portanto, “aquele que consegue fazer da organização um grupo social consciente dos seus objetivos e valores, capaz de afirmar-se e de resistir quando sua identidade for ameaçada.” Mais uma vez afirmo: Precisamos de líderes! Líder é qualquer indivíduo cujo comportamento estimule a padronização do comportamento em um grupo. O líder, portanto, é uma influência sobre o que os membros do grupo fazem e pensam. A liderança está estritamente relacionada com o poder, mas envolve mais do que simplesmente o poder atribuído a uma posição na organização ou reivindicado por membros de organizações… Em resumo: Nós podemos!!! A polícia somos nós, nossa força é nossa voz!