No último final de semana participei de uma reunião muito interessante. Nela ouvi de um amigo (Pastor Fadi Faraj) algo que me surpreendeu. Já ouvi falar sobre patrimonialismo, mas nunca havia me aprofundado no assunto.
Com base no que ele disse ao seu grupo fui pesquisar e percebi o que ele estava querendo dizer.
Patrimonialismo está diretamente ligado “a característica de um Estado que não possui distinções entre os limites do público e os limites do privado”, sendo comum em todos os absolutismos.
Qualquer semelhança com nossos governantes e administradores é mera coincidência, pois nesse caso, o monarca gastava as rendas pessoais e as rendas obtidas pelo governo de forma indistinta, ora para assuntos que interessassem apenas a seu uso pessoal, ora para assuntos de governo, ou seja, o Estado acaba se tornando um patrimônio de seu governante.
Outra característica do patrimonialismo é que o reino e suas riquezas eram transmitidas hereditariamente, de forma que os sucessores usufruiam dos benefícios do cargo, sem pudor em gastar o tesouro do reino em benefício próprio ou de uma minoria, sem prévia autorização de um senado.
Até aí, tudo bem, não tem nada haver com a segurança pública ou com a polícia militar, alguns poderiam dizer, mas será?
O interessante na conversa com esse amigo foi o outro tipo de patrimonialismo que surgiu em nosso tempo, o que já foi conhecido em tempos outrora como “curral eleitoral’…nessa época, os “coronéis” (grandes e médios fazendeiros e comerciantes) exerciam o poder de mando sobre grande parcela da população, intermediando-lhes o uso da terra, garantindo-lhes “ocupação” (transferências), “proteção” e concedendo-lhes pequenos favores pessoais em troca de lealdade nas eleições e disputas políticas.Analisando esse conceito cheguei a uma triste conclusão: o patrimonialismo chegou a “nossas” associações, onde nossos representantes estão usufruindo delas há anos, sem alternância de poder, o que é essencial dentro de uma democracia.
E também chegou nas urnas, onde nossos votos não pertecem a nós, mas aos nossos representantes. Alguns votos já estão reservados ao Patrício, ao Fraga, ao Guarda Jânio e vários outros. Não podemos esperar nada de novo…
Entende-se como sinônimo desse termo as expressões: paternalismo, clientelismo e favoritismo, cararacterísticas comuns, ainda hoje, da política nacional.
Entramos nesse jogo e depois só nos resta reclamar!
Fonte: Wikipédia