No Jornal diário da TV Globo, DFTV 1ª Edição, do dia 10/11/14, na matéria intitulada: “Polícia prende criminoso que comandava o tráfico de drogas no Paranoá”, o ex-secretário de segurança pública do DF, Daniel Lorentz aponta dados importantes sobre o aumento da criminalidade no DF.
O ano de 2014 foi um ano “curto” para o comércio do DF. O Carnaval em março retardou o início do ano, que foi interrompido pela Copa do Mundo no mês de Junho e logo depois interrompido novamente pelas eleições no país de Julho a outubro. As vendas no comércio caíram e os roubos aumentaram.
Nos demonstrativos apresentados nos deparamos com crimes que mais que dobraram de um ano para o outro. Fato que pode demonstrar uma migração do crime neste período. É impressionante o aumento de 106,2% no primeiro semestre do ano comparado com o ano passado (468 caos em 2013 e 965 casos em 2014) nos roubos a postos de combustíveis, o aumento de 70,3% (9.207 casos em 2013 e 15.676 em 2014) no Roubo a pessoas e o aumento de 111,2% (1.966 em 2013 e 4.152 casos em 2014) no Roubo de veículos. Outro crime que teve aumento substancial foi o sequestro relâmpago, tipificado como roubo com restrição, que teve um aumento de 36,1% (277 casos em 2013 e 377 casos em 2014).
A violência pode ser vista como desdobramento do próprio conflito ou como uma das formas de solucioná-lo. Violência é qualquer ato destrutivo direcionado a animal, pessoa ou coisa. Ela pode ser física, simbólica ou psicológica. O conceito de violência abrange uma série de comportamentos sociais – materiais e simbólicos – cujas explicações se assentam em diferentes causas.
Um dos pontos defendidos pelas autoridades é que o aumento da criminalidade é reflexo da operação tartaruga feita por policiais militares. Mas não explicaram porque os índices continuam aumentando. A atuação policial precisa ser revista. O papel da polícia no novo cenário também. Segurança pública se faz com a redução dos espaços de atuação dos criminosos. O que as policiais estão fazendo para reduzir tais espaços? Que tipo de políticas públicas de segurança estão sendo desenvolvidas com tal finalidade? Segurança pública é um dever do Estado. Um direito de todos!
Qual a sensação do cidadão ao ver postos policiais sendo atacados, queimados indiscriminadamente no DF? O que esperar de uma polícia que não consegue se proteger? Como lidar com o medo da marginalidade no DF? O medo reflete dinâmicas urbanas, em como as políticas públicas de transporte e de ocupação de espaços públicos se efetivam. Precisamos compreender isso para melhorar a prestação de serviço para nosso cliente final. As polícias precisam se reinventar, caso contrário, estarão condenadas a falência.
Aderivaldo Cardoso é Especialista em Segurança Pública e Cidadania, formado pelo Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UNB). Coordenador do Movimento Policiamento Inteligente no Brasil: Busca a eficiência, eficácia e efetividade das ações policiais tendo como base os anseios da comunidade.