A sexta-feira (14) no Guará foi de prestação de serviços jurídicos e muitos casos de família difíceis resolvidos. A carreta da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) estacionou próximo à administração regional e atendeu casos de regulamentação de guarda de crianças, divórcio, execução de alimentos e ofereceu até mesmo exames de DNA gratuitos para investigação de paternidade. Um serviço itinerante que tem dado certo no DF e já passou por 12 regiões administrativas em 2022.
Em parceria com o Conselho Tutelar da cidade e o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), a carreta passou o dia cheia e fez cerca de 200 atendimentos até o fim da tarde, segundo a equipe da DPDF. Casos sensíveis, como o teste de DNA feitos pelos irmãos Eulina Assis, 43 anos, e Paulo Assis, 40. Após a morte do irmão, eles e o sobrinho – que perdeu o pai logo após o nascimento – foram até o local para colher sangue e se certificarem de que o garoto é um integrante da família.
“Estamos fazendo um inventário e, para nós, é muito importante garantir isso perante a Justiça. Ele já tem 12 anos e, apesar de termos certeza que é filho do meu irmão, preferimos fazer o DNA. Para que ele também possa ter o nome do pai em sua certidão”, explicou a técnica de enfermagem.
“Ficamos felizes de poder fazer o teste e de graça. Não tínhamos a menor condição de pagar isso em um laboratório”, completou Eulina. Após 15 dias, o teste fica pronto e a família poderá dar um fim a essa pendência.
Guarda resolvida e alívio
Outra família atendida foi a de Célia Bonfim, 44, moradora da Estrutural. Ela e o marido foram em busca de regulamentar a guarda de uma menina de 2 anos. Célia é tia-avó da criança e há um ano – entre idas e vindas – já cuida da pequena. “Vim aqui para ganhar a guarda definitiva dela e acabar com esse tumulto em nossas vidas”, desabafou a dona de casa. “Demos entrada no processo e vai dar certo. Era um propósito de Deus em minha vida ganhar uma ‘filha’ após 15 anos e na dela chegar até a gente”, emendou.
Uma equipe multidisciplinar da Defensoria também prestou atendimentos psicossociais à comunidade com foco na escuta da população e na mediação de conflitos. De acordo com a defensora pública Lídia Nunes, coordenadora do projeto da carreta, antes da chegada do serviço até as comunidades é feito um trabalho de divulgação para que a população providencie documentos e saiba que serviço terá à disposição.
Sucesso em cada parada
“Atendemos uma população que recebe até cinco salários mínimos e muitas pessoas que têm dificuldade de acesso ao núcleo da Defensoria ou que não têm orientação de como proceder”, explicou Lídia. “A maioria dos casos é de ação de alimentos (pensão alimentícia), teste de DNA e divórcio. O objetivo é facilitar o acesso à Justiça e em todas as regiões o retorno tem sido incrível”, concluiu a defensora.