O Distrito Federal tem 4.305 faixas de pedestres em vias urbanas e 297 em rodovias. Os dados foram coletados em julho deste ano. As sinalizações têm como objetivo evitar atropelamentos e outros acidentes viários, como colisões entre veículos. O primeiro exemplar foi instalado em Brasília em 1º de abril de 1997 e, hoje, 25 anos depois, segue como referência de respeito entre pedestres e condutores.

A criação de novas faixas e a manutenção das antigas são responsabilidade do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), no caso das vias urbanas, e do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), em relação às rodovias. A população pode solicitar os serviços diretamente aos órgãos, pelos sites, à Ouvidoria ou para as administrações regionais.

Nas vias urbanas, a criação de novas faixas e a manutenção das antigas são responsabilidade do Departamento de Trânsito do DF | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

O ideal é que o pedido contenha imagens ou croquis mostrando a localização da faixa desejada e os motivos que originaram a solicitação. A demanda é enviada aos setores de Engenharia de Trânsito de cada um dos órgãos responsáveis e respondida em até 30 dias.

O diretor do Detran-DF, Thiago Gomes Nascimento, explica que são feitos estudos técnicos que indicam a viabilidade da sinalização. “Observamos, entre outros requisitos, a geometria da via, a topografia do terreno, a visibilidade e o fluxo de veículos e de pedestres. Além disso, são considerados a segurança da sinalização em condições adversas, como neblina e chuva, e o trânsito noturno”, explica.

Os motoristas devem respeitar a faixa, dando preferência à passagem das pessoas; aos pedestres, cabe o lembrete de atravessar sempre na sinalização, depois de fazer o sinal de vida e aguardar os veículos pararem

No caso das rodovias, também há uma análise extensa antes da decisão de implantação ou não da faixa de pedestre. “Verificamos se a criação de uma faixa no local é justificável pela contagem de pedestres e veículos que passam por ali, histórico de acidentes, etc, além de avaliar se outras modalidades de controle não são a melhor saída, como controladores de velocidade e semáforos”, afirma o superintendente de Operações do DER, Murilo de Melo Santos.

Ele incentiva a participação da população na segurança viária. “O cidadão é o nosso maior parceiro porque é ele que vive o trânsito, que sabe se uma faixa está apagada ou não, se os moradores não conseguem atravessar naquele trecho”, diz o superintendente.

Segurança

Para que a faixa de pedestre cumpra a missão de dar mais segurança a condutores e pedestres, todos precisam cumprir a sua parte. Os motoristas devem respeitar a faixa, dando preferência à passagem das pessoas; e aos pedestres, cabe o lembrete de atravessar sempre na sinalização, fazer o sinal de vida e aguardar os veículos pararem para depois entrar na via.

A doutora Adriana Modesto de Sousa, pesquisadora do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes da Universidade de Brasília, ressalta que a segurança no trânsito é formada por um combo de precauções e medidas. “É necessário que o entorno da faixa seja bem sinalizado, indicando ao condutor veicular a iminência de uma faixa de pedestre, sobretudo em locais que há a travessia de escolares, pessoas cegas, idosos, que, eventualmente, têm a marcha mais lenta em razão do ciclo de vida. No período noturno, é necessária uma boa iluminação”, afirma.

O servidor público Alberto Nascimento, 52 anos, sempre usa as faixas de pedestres, que, para ele, “representam a cidadania e a civilização da sociedade”

Morador do Plano Piloto, o servidor público Alberto Nascimento, 52 anos, não abre mão de segurança e, por isso, sempre usa as faixas de pedestres. A pé ou de bicicleta, ele prefere “dar a mão” ao invés de se arriscar entre os carros. “As faixas de pedestres são muito importantes para a segurança das pessoas, representam a cidadania e a civilização da sociedade”, analisa ele.

Moradora da área central de Brasília, Daniella Castanheira, 43 anos, inclui as faixas de pedestres no trajeto a pé: “É muito melhor do que ficar desviando dos carros”

A servidora pública Daniella Castanheira, 43 anos, é outra moradora da área central de Brasília que inclui as faixas de pedestres no trajeto a pé. “É muito melhor do que ficar desviando dos carros. Geralmente os motoristas respeitam, mas, às vezes, estão distraídos e acabam não parando. Aí a gente chama a atenção na cortesia. Não é o ideal, mas ninguém é perfeito, né?”, diz ela.

Peça já!

A Ouvidoria do Distrito Federal pode ser acessada pelo site ou pelo telefone 162. Além da solicitação de novas faixas de pedestre, os cidadãos podem pedir a instalação de semáforos, placas de sinalização, entre outros tópicos.

Também é possível registrar o pedido, bem como sugestões, reclamações e elogios, nas administrações regionais. O endereço e o contato de cada uma está disponível aqui. A população pode, ainda, pedir diretamente ao Detran-DF ou ao DER-DF.

População pode solicitar instalação de novas faixas de pedestres