Em votação rápida, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) autorizou nesta terça-feira (19) o Banco de Brasília (BRB) a adquirir o controle acionário do Banco Master. O projeto, encaminhado em regime de urgência pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), recebeu 14 votos favoráveis e 7 contrários, concluindo sua tramitação em apenas cinco dias. Agora, o texto segue para sanção do chefe do Executivo.
A operação prevê a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, o que garantirá ao BRB 58% do capital do Banco Master. Orçada em cerca de R$ 2 bilhões, a transação é considerada estratégica para ampliar a atuação do banco brasiliense no mercado nacional, fortalecendo as operações de crédito imobiliário, agronegócio, programas sociais e negócios corporativos.
Apesar das críticas da oposição, que questionou a velocidade da tramitação e os possíveis riscos ao patrimônio público, a base governista defendeu a proposta como essencial para que o BRB amplie sua competitividade. O líder do governo, deputado Hermeto (MDB), argumentou que o banco precisa “continuar crescendo para não perder espaço no mercado financeiro”.
Durante a análise do projeto, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, participou de reuniões na CLDF para expor os detalhes da operação. Segundo ele, o negócio permitirá ao banco expandir seu portfólio de produtos e serviços, o que deve gerar mais emprego, renda e dividendos ao Distrito Federal. “Os recursos da aquisição sairão do fluxo de caixa da própria instituição financeira, sem comprometer o orçamento do GDF”, afirmou.
Costa também destacou a complementaridade com o Banco Master, que atua no atacado — com foco em médias e grandes empresas, mercado de capitais, câmbio e cartão consignado — enquanto o BRB tem forte presença no varejo e nos programas sociais, o que, na visão dele, criará um conglomerado mais robusto e competitivo.
O deputado Iolando (MDB) celebrou a aprovação, pontuando que o BRB passou por um processo de recuperação desde 2019 e hoje se consolida como uma marca nacional. “Chegamos a discutir a extinção do banco no passado. Agora ele se expande pelo país e leva o nome de Brasília para novas fronteiras”, comentou.
Como votaram os deputados
SIM: Dra. Jane (AGIR), Eduardo Pedrosa (União Brasil), Hermeto (MDB), Iolando (MDB), Jaqueline Silva (AGIR), João Cardoso (Avante), Jorge Vianna (PSD), Martins Machado (Republicanos), Pastor Daniel de Castro (PP), Pepa (PP), Robério Negreiros (PSD), Rogério Morro da Cruz (PMN), Roosevelt Vilela (PL), Wellington Luiz (MDB) e Thiago Manzoni (PL, apenas no 1º turno).
NÃO: Chico Vigilante (PT), Dayse Amarilio (PSB), Fábio Félix (PSOL), Gabriel Magno (PT), Max Maciel (PSOL), Paula Belmonte (Cidadania), Ricardo Vale (PT).
Licenciados: Daniel Donizet (MDB) e Joaquim Roriz Neto (PL).
Com a aprovação legislativa, a efetivação da compra depende agora da sanção de Ibaneis Rocha e do aval técnico do Banco Central, que analisará os detalhes da transação.
