Apesar da crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, o Banco de Brasília (BRB) conseguiu fechar o primeiro semestre de 2020 com números positivos. O lucro líquido recorrente da instituição chegou a R$ 205,5 milhões, de acordo com balanço divulgado ontem. O resultado representa crescimento de 27,7%, em relação ao mesmo período do ano passado. No segundo trimestre do ano, em que o impacto da pandemia foi mais forte, o lucro recorrente foi de R$ 9,8 milhões. Ainda assim, houve aumento de 2,7% na comparação com 2019. O semestre foi fechado com 679 mil clientes totais (648 mil são pessoas físicas e 31 mil, jurídicas), crescimento de 6,2% em 12 meses.
O aumento no nível de negócios — com expansão da carteira de crédito e ampliação da margem financeira —, o maior relacionamento com clientes (com avanço nas receitas com prestação de serviço e tarifas) e o controle da inadimplência foram os fatores que mais contribuíram para o aumento.
“A sequência de bons resultados é resultado da clareza do nosso posicionamento estratégico que leva em conta a importância do BRB para o DF, algo que trouxemos com o governador Ibaneis Rocha desde o início”, avalia o presidente da instituição, Paulo Henrique Costa.
Como banco público, o BRB tem papel de contribuir para o desenvolvimento da economia local e para ajudar setores importantes neste momento de crise, ressalta Costa.
“Mais do que um banco tradicional, um banco público tem de estar ao lado da população em todos momentos. Mostramos à população que ela pode contar com o BRB e o grande desafio foi equilibrar essa rentabilidade perante aos acionistas e essa função pública.”
O investimento em modernização do banco foi fortalecido nos primeiros seis meses deste ano. O número de clientes com atendimento digital saiu de 4 mil em janeiro para 111 mil em junho. Recentemente, a instituição firmou parceria com o Flamengo para o lançamento de um banco digital.
“Em 13 dias do banco digital, 25 mil contas correntes foram abertas. Isso é três vezes mais do que o banco normal abriu. Continuaremos trabalhando para digitalizar nossos negócios.”
Com as mudanças impostas pela pandemia, o projeto de expansão da estrutura física do BRB para outras unidades da Federação foi desacelerado.
“Os nossos planos permanecem, mas a velocidade e a forma precisaram ser revistas. A expansão física ficou mais lenta e a expansão digital foi acelerada”, explica o presidente.
Consignado
O crédito teve peso expressivo nos números obtidos pelo banco. Com crescimento de 39% em 12 meses de 10,1% no trimestre, a carteira ampla chegou a R$ 13,3 bilhões. O principal destaque foi o crédito consignado. O saldo desse tipo de modalidade alcançou R$ 7,3 bilhões (evolução de 39,9% em 12 meses e de 8,3% no trimestre).
O crédito imobiliário também se destacou e atingiu R$ 1,4 bilhão, crescimento de 63,1% em 12 e 22,2% no trimestre. O crédito para pessoa jurídica aumentou 72,2% em um ano e 45,8% no trimestre, chegando a R$ 959 milhões de saldo. Ao todo, cerca de R$ 4,5 milhões foram contratados em operações de crédito no primeiro semestre deste ano. Em comparação com o mesmo período de 2019, o crescimento foi de 119%. No trimestre, foram
R$ 2,3%, avanço de 86% na comparação com o ano passado.
A inadimplência caiu 0,4 ponto percentual no primeiro semestre de 2020 e está em 1,6%. No trimestre, houve estabilidade. A média de mercado está em 2,9%. Com crescimento de 24,7% em comparação a junho de 2019, o saldo de captação chegou a R$ 15,2 bilhões.
Coronavírus
Durante a pandemia do novo coronavírus, o BRB atuou para reduzir os impactos econômicos da crise provocada pela doença. Por meio do programa Supera-DF foram aprovados cerca de R$ 2,7 bilhões relacionados a novas operações e repactuações em linhas de crédito. A instituição também tem sido parceira do GDF em programas sociais como bolsas alimentação (escolar e creche), Pequenos Reparos, farmácia de alto custo, Renda Emergencial e Prato Cheio.