Um grupo de empresários que se revezavam na execução de oficinas e competições esportivas custeadas com recursos públicos foi alvo de 24 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, nesta terça-feira (14). A ação realizada por agentes da Polícia Federal aconteceu em empresas de fachada e endereços residenciais de seis municípios pernambucanos: Camaragibe, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, São Lourenço da Mata e na capital, Recife.
Os contratos eram custeados com recursos do Ministério da Cidadania (ex-Ministério do Esporte) e os indícios de desvio para utilização de empresas de fachada chegam a mais de R$ 21 milhões. A ação foi realizada em parceria com o Ministério Público Federal e seis auditores da Controladoria-Geral da União.
As investigações começaram há dois anos a partir de análises da CGU, que constatou simulação de licitações e contratação da empresa responsável pelo detalhamento técnico dos itens esportivos a serem comprados. A justiça determinou quebra dos sigilos fiscal e bancário dos suspeitos. Foram constatados indícios de sobrepreço, superfaturamento e pagamentos por serviços não executados.
Segundo a Controladoria-Geral da União, o desvio das verbas prejudicou diretamente o acesso a programas culturais e esportivos voltados para a infância e juventude, assim como o esporte de alto rendimento. Os investigados podem responder por crimes de fraude, peculato e corrupção, com penas que podem ultrapassar 25 anos.