Não tinha como ser diferente. Na entrevista coletiva desta quinta-feira (10), a única concedida pela seleção feminina de futebol antes do amistoso contra a Rússia, a técnica Pia Sundhage foi questionada sobre a denúncia de assédio sexual cometido pelo presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo.
Pia reconheceu a seriedade do caso e disse que preferia até se manifestar em sueco, sua língua materna, e não em inglês, para se expressar melhor. Revelou que o grupo conversou sobre o assunto e que as atletas puderam opinar, mas que no fim do dia era preciso dar um passo adiante. Admitiu que todas foram um pouco arrebatadas pela situação, mas lembrou que a Olimpíada está se aproximando e que era importante voltar o foco para dentro de campo.
A seleção está na Espanha para dois jogos preparatórios para Tóquio. O duelo contra as russas, o primeiro deles, é nesta sexta-feira (11), às 16h. O segundo, diante do Canadá, será na segunda-feira (14), no mesmo horário. As duas partidas serão na cidade de Cartagena. Nelas, Pia deve repetir a base da equipe que considera titular e concentrar os testes nas opções que terá na reserva.
A técnica explicou que deseja um time coeso e que a parte mais interessante dos amistosos será ver como as jogadoras que saírem do banco mudarão o estilo de jogo da equipe. Pia destacou que, como serão apenas dois dias de intervalo entre uma partida e outra na Olimpíada, trocas de peças serão necessárias, inclusive do ponto de vista tático, e concluiu dizendo que ainda tem dúvidas quanto a uma ou duas posições.
A seleção feminina está no grupo F dos Jogos de Tóquio e estreia no dia 21 de julho contra a China. Em seguida, encara os Países Baixos no dia 24, e conclui a primeira fase diante da Zâmbia no dia 27. A lista com as 18 convocadas para a Olimpíada deve sair na próxima semana.