Os amantes de corrida terão uma experiência diferente na edição deste ano da tradicional Maratona do Rio, na capital fluminense  Em razão da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a 18ª edição do evento ocorrerá de forma virtual, a partir da próxima sexta-feira (9) até segunda (12). Para participar, os corredores terão de baixar no celular o aplicativo Running Heroes, disponível para downloads nas lojas Apple e PlayStore. Nos últimos dois anos, a Maratona do Rio reuniu cerca de 40 mil participantes.  Assim como nas edições anteriores, também neste ano será possível optar por um de quatro percursos: 42 quilômetros, 21 km, 10 km ou 5 km. 

Entre os inscritos para a edição virtual, está o engenheiro curitibano Guilherme Arruda. Ele chegou a pesar 111 quilos e foi por meio da corrida que emagreceu mais de 35 kg. “Eu tracei como meta em 2014 fazer a minha primeira prova oficial justamente no Rio de Janeiro. Naquela época, participei dos 10 km. Em 2018, voltei para o desafio da Cidade Maravilhosa. Foram 21 km no sábado e 42 km no domingo. Bacana demais. E, nesse ano, a minha ideia era fazer novamente a maratona. Estava me preparando para um outro evento no segundo semestre. E a Maratona do Rio era o meu evento alvo como preparação no primeiro semestre, justamente para voltar e reviver a emoção das primeiras provas”, conta o corredor, de 36 anos. 

Com a mudança do cronograma, Guilherme vai correr os 21 km. “A minha ideia era fazer a maratona completa, mas tive uma lesão no joelho direito, uma inflamação no tendão tibial posterior e fiquei dez dias parado. Então, para não forçar demais, optei pelos 21 km. O que não me deixa menos feliz. É mais um grande objetivo e uma forma de nos estimularmos nesse período crítico”. O engenheiro fará o percurso da maratona pelas ruas e parques de Curitiba no próximo sábado (10).
No Rio de Janeiro, também no sábado (10), Patrícia Macedo, analista jurídica do Tribunal de Justiça, vai correr 10 km na pista lateral do Aterro do Flamengo, na zona sul da cidade. “Sou uma apaixonada por corridas. Comecei em 2013. A minha primeira prova foi a Night Run [corrida noturna na cidade do Rio]. Me encantava correr pela praia. Depois, vi o quanto é difícil correr na areia e fui para as provas de rua. O que mais me chamou atenção nesses anos de corrida foi a Family Run, os 5 km da Maratona do Rio de Janeiro. Foi ali que eu comecei. Fiz várias provas de 21 km. Já estava inscrita na Maratona do Rio deste ano desde 2019”, revelou a analista jurídica. 

 

 

▪️Vc também sente essa vontade? ▪️Hoje senti vontade de falar sobre a minha quarentena. É dia de tbt mas nenhum tbt cabe mais nesse momento do q o aprendizado q tive nesses meses. ▪️O #covid chegou e nossa vida parou. A minha parou literalmente de janeiro para cá. Ate antes de se falar nele 🦠. Fiquei com a saude debilitada, falta de ar, dor de cabeça, calafrio, problemas gastricos, nodulos no pulmão. ▪️Parei a corrida 🏃🏼‍♀️ , a academia 🏋️‍♂️ e a alegria se foi. Entre altos e baixos, dias bons 🏖e dias ruins🌪 , minha força me conduzia e fazia um exercicio um dia e no outro não tinha força para falar. Faltava ar. ▪️Hoje me restabeleci( espero). Comecei o @desapeguei.pat Me sinto nova e aprendi a dar valor a cada ar q entra nos pulmões, a cada sorriso 💐 e a cada afago na alma q recebi. ▪️Por isso, valorize cada amigo, 👯‍♂️ quem sempre está contigo, cada passeio e cada vento no rosto🍃. Hummm e aquele nhoque 🍲 🧀 que ainda não posso comer. Mas vou chegar lá!!

Uma publicação compartilhada por Patrícia Macedo (@patriciaagmac) em 20 de Ago, 2020 às 5:15 PDT

Mas, em fevereiro deste ano, Patrícia contraiu a covid-19 e quase abriu mão da prova. “Ninguém conhecia a doença naquela época. Fui para o hospital três vezes e os médicos não sabiam como tratar. Até que depois encontrei uma pessoa que acabou me passando um medicamento e, por pura sorte, eu melhorei um pouco. Foi bem difícil para mim. A falta de ar era bem forte até agosto. Por isso, fui treinando aos trancos e barrancos e vou encarar a prova. Tenho alguns amigos que vão participar comigo. Cada um no seu ritmo. Abri mão dos 21 km, mas vou correr pelo menos 10 km. O evento faz parte da minha vida. Não podia perder”.

Outra história de amor pelo esporte é do casal Milena Ferreira, personal trainer paraense, e Carlos Menezes, carioca e professor de Geografia. “A gente gosta muito de correr. Já estivemos em várias edições da Maratona do Rio, meia maratona de Buenos Aires [Argentina] e de Belém, entre várias outras. Nesse ano, vamos fazer a meia maratona do Rio no domingo (11). Conseguimos manter uma rotina bem legal de treinos, umas três vezes por semana, e estamos bem animados para mais uma prova”, conta  Milena. “No dia 11 é o Círio de Nossa Senhora de Nazaré. Porém, a procissão não irá acontecer devido à pandemia. E, como o Cadu ainda não conheceu o Círio, vamos fazer o percurso que a berlinda [Círio de Nazaré] faz para aproveitar [a maratona] e homenagear Nossa  Senhora de Nazaré. Começaremos às 5h da manhã, saindo da Sé rumo à Basílica”, planeja Milena.

 

Todos os corredores inscritos estarão contribuindo para o combate à pandemia de covid-19. A cada quilometro percorrido uma quantia em dinheiro será doada à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocurz), no Rio de Janeiro, para viabilizar tratamentos e formas de prevenção à doença. As marcas obtidas pelos atletas ficarão disponíveis em tempo real no aplicativo Running Heroes, e também no site da Maratona do Rio.  A edição virtual do evento deste ano não contará com as categorias divididas por faixa etária. O ranking será geral para todos os participantes.  O kit e a medalha do atleta serão enviados aos endereços dos inscritos após a conclusão da prova.