Em possível surto psicótico, um bombeiro militar de 44 anos saiu de seu batalhão com um caminhão da corporação e foi perseguido pelas ruas da capital na madrugada deste domingo (3). O militar foi acompanhado por mais de 15 viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal, que deu ordens de parada e desferiu tiros contra o veículo que seguia em alta velocidade pela Esplanada dos Ministérios. Ao acertar os pneus o veículo parou.
Em vários meios de comunicação percebeu-se o sensacionalismo e a falta de responsabilidade com a notícia. Muitos chegaram a falar até em “ato terrorista”, em plena madrugada de domingo, Congresso Nacional, sem nenhuma alma viva. Quem em sã consciência entraria em seu próprio quartel e faria algo assim? Ficamos admirados com o “animus puniendi” daqueles que estão frente do Corpo de Bombeiros aquele dia. Aquele bombeiro deu um grito pedindo socorro.
A saúde mental das forças de segurança pública é tabu. Diariamente em situações de estresse, acidentes, crimes e tragédias, policiais e bombeiros podem desenvolver distúrbios psicológicos. Suicídios, alcoolismo e surtos diversos são comuns no meio de policiais e bombeiros. As corporações estão doentes, as causas são diversas, mas os problemas de cunho financeiro e emocionais são os principais causadores.
Durante a audiência de custódia, realizada na tarde do dia 03/12, O juiz pontuou que, apesar do relatório psicológico apresentado pela defesa, dando conta de que ele não tem como responder temporariamente pelos atos, “tal constatação demanda, na verdade, a instauração do competente inocente, não sendo possível considerá-la isoladamente para fins de mantê-lo solto.
Hoje, o juiz da Vara de Auditoria Militar, Heraldo Silva Moreira, deu ao Comando do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) prazo de 24 horas para que informe sobre a possibilidade ou não de tratamento psiquiátrico para o integrante da corporação, o sargento Fabrício Marcos de Araújo, no 19º Batalhão, que fica no Complexo Penitenciário da Papuda, onde está detido.
A defesa acredita que o pedido de informações do magistrado vem para que haja uma melhor análise da soltura do militar, que está detido no 19º Batalhão. O advogado do bombeiro, Rodrigo Veiga, diz que seria muito improvável que o melhor tratamento seja feito em uma unidade prisional. A expectativa é que o Corpo de Bombeiros responda até o fim do dia desta quinta (07) e o juiz tenha uma decisão até o fim da semana.
Se a Justiça perceber que o tratamento não pode ser feito no 19º Batalhão, o CBMDF deve indicar uma clínica capacitada ou conveniada para o serviço. Espero o desfecho de tudo isso. Que a saúde mental do bombeiro possa ser reestabelecida e tudo possa ser esclarecido.