Há sete anos atrás escrevi o que chamo de “livro dos sonhos”, nele planejei o que eu gostaria de ser nos “próximos cinco anos”. Pedi a Deus “poder, autoridade e legitimidade” para atuar na PM e na sociedade do DF.
Particularmente, acredito que todo policial já tem “poder, autoridade e legitimidade” para atuar, precisa apenas conquistar a “confiança” das comunidades para potencializar tudo isso. Acredito que “o poder não pode ser um fim em si mesmo”, sendo assim, meu desejo fora dividido em outros grupos:
Tornar-me uma liderança na PM e fora dela, ou seja, influenciar pessoas a compreenderem que a polícia pode ser diferente, pode ser uma polícia inteligente, respeitada e cidadã;
Tornar-me uma referência em segurança pública e cidadania, um multiplicador da filosofia de polícia comunitária;
Tornar-me um grande comunicador, um grande orador.
De lá para cá, desde que iniciei este desafio, já fui testado de várias formas, dentro e fora da PM:
- Fiz uma especialização em Segurança Pública e Cidadania;
- Criei um blog (Policiamento Inteligente) e ajudei a criar outros;
- Publiquei um livro (Policiamento Inteligente – Uma análise dos Postos Comunitários do DF);
- Dei aula de Chefia e Liderança (instrutor) para mais de 10 (dez) mil policiais;
- Estive na Força Nacional;
- Fui instrutor de Polícia Comunitária no TOR;
- Dei palestras no COESP;
- Fui Assessor Parlamentar;
- Dei palestras para mais de 03 (três) mil jovens sobre drogas e violência nas Escolas;
- Perdi um filho;
- Ajudei a montar o Centro de Treinamento e Especialização da Polícia Militar, juntamente com o TC Pontes e TC Paim;
- Fui orientador de dois capitães no CAO;
- Participei da elaboração de um plano de governo na área de Segurança Pública;
- Tive um programa de rádio com uma amiga, participei de vários programas e entrevistas;
- Fui candidato a deputado distrital;
- Abriram um Conselho de Disciplina, 04 IPM´s, fui julgado na Auditoria Militar e respondi várias sindicâncias por causas de meus posicionamentos sobre corrupção e abusos diversos dentro das instituições policiais;
- Fui Assessor Especial de Gabinete e Assessor Especial de Comunicação da Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social;
- Tive uma filha maravilhosa;
- Hoje comando uma viatura na Cidade Estrutural, uma das mais perigosas e carentes do DF.
O plano de Deus em nossas vidas é dar-nos poder para servir. Temos apenas dois caminhos: podemos “ter poder para servir” ou “servir para ter poder”. O poder não pode ser um fim em si mesmo. Se isso acontecer, ele apodrecerá qualquer indivíduo ou sistema. O poder apenas tem sentido quando é regido pela paixão que atravessa os corações e nos faz sentir a pequenez e fragilidade humana.
Às vezes consideramos alguém poderoso, forte, conhecido, autossuficiente em seu próprio poder, mas aos olhos de Deus ele continua frágil, débil e imaturo. O drama da sociedade, em especial dentro da PM, é a questão de saber administrar o poder, o sucesso e a honra que Deus no dá.
O grande risco do poder é que ele embriaga. O homem que se embriaga pelo poder é a pessoa menos indicada para possuí-lo. Contudo, o que corrompe não é o poder, mas o coração do homem. O poder tem que estar nas mãos das pessoas certas, de caráter, comprometidas com valores que não podem ser esquecidos. Uma pessoa que não crê em Deus, por exemplo, possui compromisso só com os homens. Não acredita que existem olhos sobrenaturais vendo tudo que ela faz. Então, corrompe-se, porque acha que ninguém “maior” a está observando.
Aprendi com um Bispo de uma igreja que frequentei durante muito que “terminar bem é melhor do que começar bem”. Nunca me esqueci disso. Não acredito em lideranças que não passaram pelo “fogo”. A formação do caráter do líder leva tempo. A sua confiança como líder é conquistada e mantida pela consistência que você exibe ao passar por vários testes com o passar do tempo. Pense nisso e torne-se um líder de sucesso. Não se esqueça: Liderar é influenciar pessoas para um objetivo comum: o crescimento!