Recentemente tenho recebido várias perguntas sobre o “serviço secreto brasileiro e da polícia militar”. Para os interessados no assunto, a livraria Leitura está com uma excelente promoção. O livro Ministério do Silêncio – A história do serviço secreto brasileiro de Washington Luís a Lula – 1927-2005 – está sendo vendido por aproximadamente dez reais (R$ 9,90).
“Durante sete anos, o jornalista Lucas Figueiredo (autor de Morcegos negros) investigou o submundo do serviço secreto brasileiro, compondo um retrato impressionante desse órgão público federal que age nas sombras e não obedece às leis. Para contar a história do Serviço desde o surgimento de seu embrião, em 1927, até 2005 no governo Lula, o autor reuniu 26 quilos de documentos confidenciais e mais de 120 horas de entrevistas com agentes e ex-agentes secretos. O resultado é um quadro inédito dos crimes cometidos pelo serviço secreto nesses 78 anos, que incluem chantagem, perseguição, estelionato e cumplicidade em tortura, assassinato e ocultação de cadáveres. Ministério do Silêncio revela ainda que a vocação do serviço secreto para sabotar a democracia surgiu antes da ditadura militar (1964-1985) e continua a se manifestar nos dias de hoje. Mostra também como o governo gasta anualmente mais de 40 milhões de dólores para manter esse órgão público obcecado com um único “inimigo”: VOCÊ.”
Um livro que vale a pena ser lido pelos amantes da inteligência, seja para criticar, ou simplesmente para fazer uma análise histórica dos fatos.
Farei para estimulá-los um pequeno resumo da “nota do autor” ao introduzir o livro.
Ele inicia o trabalho alegando que “o serviço secreto brasileiro – ou o Serviço, como é conhecido internamente – teve, durante décadas um patrono. Como não poderia deixar de ser, tratava-se de um espião. Seu nome era Argus, e além de espião ele era também um semideus.” O autor afirma que o mito era cultivado entre os agentes secretos como uma espécie de alerta: mantenha os olhos sempre atentos, desconfie de tudo e, se possível, não morra. Foi justamente a morte de Argus – a segunda e definitiva morte – que fez dele um modelo para o serviço secreto no Brasil.
A história de Argus:
” A tragédia do semideus espião era contada aos agentes do Serviço ainda na fase de treinamento, por intermédio de publicações reservadas. Diziam esses textos que Argus vivera na península do Peloponeso, onde fundara uma cidade com seu nome. Graças a uma engenhosa rede de espiões que concebera e comandara, havia conseguido expandir seus domínios e mantê-los a salvo de invasores. Sua criatividade para a espionagem era infinita. Certa vez, tendo de enviar uma mensagem secreta a um príncipe cujas terras ficavam numa rota controlada por inimigos, mandou raspar a cabeça de um de seus espiões para gravar nela o recado, com ferro em brasa. Depois que os cabelos do agente cresceram, ele foi enviado ao encontro do príncipe e cumpriu a sua missão sem despertar suspeitas.”
Gostou?
Tem mais um pouco…
“Os ardis utilizados por Argus no controle de seu território eram tão espetaculares que acabaram por chamar a atenção de Júpiter, que do alto do Olimpo assistia a tudo o que acontecia na terra. Tendo separado a luz das trevas para acabar com o caos, e assim criar o Universo, Júpiter apreciava a ordem. Daí a admiração por Argus.”
Como Salomão diz: “O homem diligente sobre reis será colocado”, assim aconteceu com Argus…
“Durante muito tempo, Júpiter apreciou os feitos de Argus, até que um dia o às da espionagem morreu. Júpiter então o convocou a prestar no Olimpo os valiosos serviços que desenvolvera na Terra. Para que Argus pudesse cumprir sua nova missão, Júpiter o transformou num semideus, com uma forma tão eficiente quanto monstruosa: sua cabeça foi coberta por cem olhos, o que permitia que ele visse e tudo soubesse. Assim, Argus nunca mais dormia, pois enquanto cinquenta de seus olhos descansavam os outros cinquenta mantinham a mais cerrada vigilância sobre tudo o que acontecia ou não acontecia no Olimpo. Era feio, mas funcionava. No Olimpo, com sua nova forma, Argus passou a controlar o movimento dos deuses. E estes, tal qual os homens, não eram perfeitos”.
Para saber mais basta ler o livro!
Boa sorte!

PS: Segundo alguns companheiros, acabou a promoção na Livraria Leitura, mas o Submarino está vendendo a esse preço (R$ 9,90)