Precisamos compreender enquanto policiais que “somos resultado de nossas escolhas”. Ao iniciarmos a “operação tartaruga” permanente, por causa do governo passado que deixou de cumprir sua palavra, iniciamos uma mudança significativa na segurança pública do DF que tem refletido em nossa própria “insegurança”. O “corpo mole” ou fim do “plus” afetou diretamente no aumento da criminalidade, basta ver os números de 2014. Estamos pagando um preço alto, alguns colegas com a própria vida, por nossas decisões do passado. A violência hoje bate a nossa porta. Jogamos a culpa nas leis e nos governos, mas nos esquecemos que somos os “guardiões do Estado, guardiões da sociedade”, somos parte do Estado. Em algumas localidades somos o próprio Estado. Temos poder, autoridade e legitimidade para atuar.

Não tenho dúvidas de que “um policial motivado, com salário condizente e reconhecido é capaz de produzir muito à sociedade”. Mas além do salário é preciso haver “crescimento profissional”. Ficar estagnado no mesmo lugar por anos e anos enquanto outros crescem vertiginosamente também gera desmotivação, gera frustração, gera aquela sensação de “incompetência” na sociedade. Só quem já ouviu a expressão: “ué, você ainda é soldado?”, “Ué, você ainda é cabo?”. Sabe do que estou falando. Sem contar que o salário mais importante para nós é o último, pois é o que levaremos para a reserva remunerada. Terminar bem é melhor do que começar bem.

Não podemos esquecer que de todas as categorias a segurança pública foi a única que não foi atingida com a crise de atrasos salariais no DF. Graças ao Fundo Constitucional e que temos garantido nosso aumento até 2016. Um soldado em início de carreira irá ganhar 7 mil reais. Precisamos pensar em ampliar o acesso a subtenente, pois é onde poderemos levar o melhor para aposentadoria, e quiça ter acesso ao quadro de oficiais. Precisamos ter foco.

Não vejo como insanidade política não atacar um governo que está apenas começando. Insanidade é a oposição burra, insana, que critica apenas por criticar e não agrega nada aos companheiros policiais. Estamos iniciando um processo de negociação com o atual governo. Não somos do time do “quanto pior melhor” para fazer “politicagem”. Somos sérios e buscamos ter credibilidade para negociar o melhor para a categoria. Que por sinal, não apoiou o atual governo. Lembro aos companheiros, que nenhum governo fortalece inimigo. Portanto, política se faz conversando. E é isso que devemos fazer.

Acredito no atual secretário de segurança pública, pois foi meu professor e orientador. Ajudei no plano de governo atual e acredito que precisamos romper com o modelo atual. Aqueles que resistem são os que estão sendo beneficiados com o atual sistema. Vários delegados e coronéis passaram pela pasta. Qual o resultado? O novo causa estranheza. Precisamos de gestores, mesmo que seja de outras áreas. Peço um voto de confiança. É cedo para tirarmos conclusões precipitadas. Não existe puxa-saquismo como a oposição insana prega, existe profissionalismo e compromisso com a melhoria da segurança pública. Isso incluí os profissionais de segurança pública, sem a base nenhum projeto irá para frente, não sou ingênuo, nem idiota, afinal, sou da base.

 As autoridades entendem que o que “estimula o funcionamento de uma máquina complexa como a segurança pública é a valorização de seus integrantes, do maior ao menor, e não planos e operações mirabolantes, pirotécnicos e acadêmicos que em nada contribuem na prática”. Quem critica a teoria é porque nunca teve acesso a ela. Os ignorantes são os primeiros a achar que sabem tudo na “prática”. Teoria sem prática e prática sem teoria são complementares, não são excludentes. Um bom gestor precisa de uma boa equipe, assim como um bom profissional de rua. Conheço excelentes sargentos que precisam de um “teórico”, nem que seja para preencher a ficha de ocorrência. Não sejamos ingênuos. Não vamos cair neste discurso demagogo da oposição insana que tenta manter-se viva depois da derrota das urnas.

 Não tenho duvidas de “que o policial é policial 24 horas por dia e que sua vida não tem distinção de horário de serviço ou horário de folga”. É por isso que me preocupo com nossas escolhas, ainda mais quando elas começam a afetar a família policial militar. Volto a afirmar: “o nosso corpo mole na segurança pública pode ter deixado o vagabundo mais folgado”, o que está afetando diretamente a nossa segurança e de nossa família. Precisamos avaliar muito bem o que está acontecendo a nossa volta. Autoridades tem segurança particular, nós não. Não vamos nos esquecer, nós somos agentes do Estado, os guardiões da sociedade. somos Estado, querendo ou não. Precisamos nos proteger para poder proteger os outros! Polícia é polícia, ladrão é ladrão.

Por: Aderivaldo Cardoso

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