O pronunciamento, em rede nacional de rádio e televisão, no qual o presidente Jair Bolsonaro contrariou as indicações de isolamento e distanciamento social da Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar a propagação do coronavírus foi criticado por deputados distritais de vários partidos na sessão extraordinária da Câmara Legislativa desta quarta-feira (25), que prossegue neste momento via eletrônica.
Para o deputado Chico Vigilante (PT), o presidente “comprou briga com a sociedade brasileira e insultou governadores, a comunidade cientifica e todo o entendimento que há no mundo sobre o coronavírus como um inimigo que deve ser enfrentado”. O parlamentar defendeu o impeachment de Bolsonaro, após o que considerou um “gesto tresloucado”. Por fim, fez um apelo: “Permaneçam em casa. Sigam as orientações da comunidade cientifica”.
A deputada Júlia Lucy (Novo) também lamentou a fala do presidente na noite dessa terça-feira (24). “Além de misturar coisas importantes, ele não se articulou com a sua equipe e com os governadores. Não teve postura de líder da nação”, avaliou. Ao contrário, na análise da parlamentar, o discurso presidencial “trouxe mais instabilidade ao País”. Ela prescreveu a Bolsonaro que reveja a forma de se comunicar e que respeite a federação.
Para o deputado Leandro Grass (Rede) – autor de um dos pedidos de impeachment do presidente já protocolados no Congresso Nacional -, essa medida não é apenas uma questão jurídica, mas, agora, sobretudo, de salvaguardar a vida dos brasileiros. “Precisamos nos livrar o mais rapidamente desse irresponsável”, declarou.
Líder do governo, o deputado Claudio Abrantes (PDT) disse que assistiu com muito pesar ao pronunciamento: “A que ponto chegou ocupante da presidência da república. Este foi o pior discurso que um presidente da nação brasileira já fez. Não tenho referência de outra fala tão desastrosa e irresponsável”. O parlamentar lembrou ainda que “nem o presidente dos Estados Unidos, infelizmente, a referência de Bolsonaro, ousou a acabar definitivamente com o isolamento”.
Marco Túlio Alencar
Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa