Há oito meses da eleição que escolherá o novo comando da Ordem dos Advogados do Brasil em Brasília (OAB-DF), que ocorre no final de novembro, o movimento pela construção de chapas ganha cada vez mais força dentro da instituição.
Um dos nomes mais bem articulado nesta direção, como pré-candidato, é do advogado Everardo Gueiros, ex-secretário de Projetos Especiais no atual Governo local e crítico ferrenho da atual diretoria da OAB-DF, comandada por Délio Lins e Silva Jr.
Em uma entrevista concedida ao Blog do Loiola, site especializado em assuntos jurídicos do DF, Everardo Gueiros disse que a maioria absoluta dos mais de 50 mil advogados militantes do Distrito Federal não aceita que a OAB-DF tenha se omitido em questões fundamentais, como a oitiva de testemunhas à distância ou por telefone, ou que os magistrados não recebam os advogados.
“Pior ainda é ouvir o presidente da OAB-DF dizer publicamente que algumas coisas da pandemia vieram para ficar, como as audiências virtuais, e que a magistratura estava gostando de trabalhar de casa e que isso era bom. Um presidente da Ordem não tem que se preocupar com o que é bom ou deixa de ser bom para o magistrado. A prioridade dele tem de ser a advocacia”, pontuou.
Gueiros comparou o atual presidente da OAB-DF, Délio Lins, como um maestro da banda que atravessa o samba de qualquer jeito.
”Imagine como o jurisdicionado vai entender que o advogado não tem mais acesso à magistratura porque os magistrados estão trabalhando de casa. Isso é uma questão muito séria. Este e outros pontos essenciais para a garantia das prerrogativas não foram levados a sério”, criticou.
Para Gueiros nunca as dificuldades foram tão grandes para a advocacia como nesta pandemia que afeta o mundo todo.
“Falando especificamente da advocacia, tenho visto colegas sem qualquer condição de exercer condignamente sua atividade. E, pior que isso, o advogado ou advogada que na sua essência está ali para defender o seu cliente, hoje não tem quem faça a defesa dele. A OAB, que deveria ser a advogada dos advogados, há muito não cumpre este seu papel. Eu acredito sim, numa OAB forte, presente e independente que deveria nesse momento estar cuidando da advocacia. Essa é a Ordem”.
Ao falar sobre o processo de escolha para a disputa do comado da Ordem, Everardo Gueiros afirmou que não será tão simples assim, mas que prevalecerá a vontade da maioria do grupo em que se encontra inserido.
Segundo ele, há várias pessoas credenciadas para liderar uma chapa para a OAB-DF.
“O que eu posso garantir é que este será um processo democrático e ético. É um rito natural e mais na frente quem reunir as melhores condições vai encabeçar a chapa”, disse.
Garantiu ainda que não há nenhuma disputa entre ele e a advogada, professora e cientista política Thaís Riedel para encabeçar uma pretensa chapa a ser construída dentro do seu grupo.
“Temos o mesmo objetivo que é o de cuidar da advocacia de Brasília, garantindo melhores condições de trabalho, com suas prerrogativas e a paridade de forças com os membros do Judiciário, o que hoje tem sido difícil de conseguir pela falta de atitude da atual gestão da OAB-DF”.
Informações Radar – DF