O general do Exército está mostrando efetivamente a que veio. Após reclamações do  presidente Jair Bolsonaro sobre o protagonismo do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Braga Netto não apenas transferiu as entrevistas a respeito da pandemia para o Planalto como foi um dos que convenceram o chefe a não demitir o colega.

Na prática, os militares do governo avaliam que a dispensa de Mandetta, neste momento, fortaleceria governadores que travam uma queda de braço com Bolsonaro, como João Doria (São Paulo) e Wilson Witzel (Rio).

Nesse cenário, o chefe da Casa Civil assumiu sua função de gerente do governo, que atua com mão de ferro para proteger Bolsonaro. “Braga Netto é o homem certo, no lugar certo, na hora certa”, afirmou em entrevista o vice-presidente, Hamilton Mourão, que vira e mexe é criticado nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).

A ala ideológica do governo e o chamado “gabinete do ódio”, comandado por Carlos, filho “zero dois” do presidente, desaprovam o poder concedido aos militares na equipe e, agora, na administração da crise. Braga Netto, no entanto, diz não se aborrecer com os ataques e continua dando ordens aos colegas, até mesmo em bilhetinhos que passa para ministros durante  entrevistas no Planalto.

Diante de novo fogo amigo, coube a Mourão sair em defesa do general. “Ele não está enquadrando ninguém, mas apenas fazendo a verdadeira governança. Assim, a Casa Civil passa a atuar como um verdadeiro centro de governo”, resumiu o vice. “Braga Neto está fazendo o que sabemos: colocar ordem na casa, coordenando as ações ministeriais, de modo que haja sinergia, cooperação e, como consequência, os esforços do governo sejam mais eficazes.”

A organização da Casa Civil, segundo Mourão, tem como meta estabelecer “um sistema de comando e controle que permita ao presidente tomar decisões”.

Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Jornal O Estado de São Paulo.