Um dos representantes do PSL na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o coronel Marcio Tadeu (PSL-SP), já não se sente mais parte do governo. Segundo ele, por mais que tente, não encontra subsídios para ir para a linha de frente defender as propostas de Jair Bolsonaro (PSL).
“Eu não me sinto governo nem um pouquinho. Não conseguimos nem defender o governo porque não temos informações”, disparou em conversa com o Metrópoles.
Segundo ele, a administração de Bolsonaro vai assistir imóvel aos movimentos da oposição, que pretende barrar o máximo que puder a tramitação da reforma pedindo acesso aos dados sigilosos do ministério da Economia que embasam o texto, e do centrão, descontente com a articulação política.
“Eu sou da seguinte opinião: se os dados serão disponibilizados para a Comissão Especial, por que não agora?”. questionou.
Mais cedo, a integrante do PSol na CCJ, deputada Talíria Petrone, confirmou que é essa a estratégia que será adotada a partir de terça. “Eles ficam alardeando que vai ter essa economia mas não mostram os cálculos”, criticou.
Constitucionalidade
Mesmo que na CCJ a discussão envolva a constitucionalidade ou não das propostas, Marcio Tadeu defende que, ao tornar públicos os dados, o governo evita movimentações políticas deletérias.
“Seria um dado ilustrativo para bater nos caras [oposição] e dizer: vocês estão mentindo. Enquanto isso, eles levam um monte de números e não tenho orientação do governo ou do líder sobre como reagir”, afirmou.
Na terça-feira, a CCJ retoma a discussão da reforma da Previdência com a expectativa que o texto seja votado. Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi feito um acordo com o governo para que os cálculos sejam liberados ainda nesta semana.
Informações do Portal Metrópoles