Aquela velha história “de onde há fumaça, há fogo” é sempre bom ser observada. A mensagem de generais do Exército ao governo tem reverberado em alguns grupos. Afinal, não é todo dia que o Comandante do Exército e o Presidente da República trocam “farpas” nas redes sociais ou até mesmo pela imprensa tradicional.

Em seminário da Defesa Nacional, com a presença da alta cúpula das FA´s e do Ministro da Defesa, o Comandante do Exército, Edson Pujol disse que as “Forças Armadas não são instituição do Executivo, nem têm partido”. Assim, ele traçou limites das relações entre os militares e o Estado.

“Não somos instituição de governo, não temos partido. Nosso partido é o Brasil. Independente de mudanças ou permanências de determinado governo por período longo, as Forças Armadas cuidam do país, da nação, elas são instituições de Estado, permanente. Não mudamos a cada quatro anos a maneira de pensar em como cumprir as nossas missões.”

Não foi a primeira declaração do Comandante Pujol, e ela não veio isolada. Um dia antes, em transmissão ao vivo promovida pel Intituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), o General Pujol foi enfático ao demarcar novamente a distância entre a política e os quartéis:

“Não queremos fazer parte da política governamental ou da política do Congresso Nacional e, muito menos, queremos que a política entre nos nossos quartéis. O fato de, eventualmente, militares serem chamados a assumir cargos no governo é decisão exclusiva da administração do Executivo”, enfatizou.

Em resposta, o presidente Bolsonaro (sem partido) lembrou que o general foi nomeado por ele e que as Forças Armadas estão sob “a autoridade suprema do presidente da República”.

Para alguns, as manifestações orquestradas por Generais da mais alta patente do exército foram um recado claro para o presidente Jair Bolsonaro de que as instituições militares não pertencem ao Executivo e nem deve ser envolvidas em políticas partidárias. Tais declarações foram apoiadas pelo vice-presidente General Mourão:

Se entra política pela porta da frente (do quartel), a disciplina e hierarquia saem pela porta dos fundos. Como comandante do Exército, coloca claramente o que é a nossa posição”, ressaltou Mourão.