O fechamento parcial da fronteira do Brasil com a Venezuela foi comemorada pelos senadores de Roraima, que já haviam alertado para a necessidade da medida. O senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) foi ao Twitter para destacar que “finalmente o presidente da República atendeu ao nosso pedido de fechar a fronteira de Roraima com a Venezuela, a fim de conter a disseminação do coronavírus no Brasil”. O senador, porém, ressaltou que segue pedindo “que aconteça o mesmo na fronteira com a Guiana”.
Também pelo Twitter, o senador Telmário Mota (Pros-RR) registrou que o governo acatou o fechamento parcial da fronteira. Ele ponderou, no entanto, que “na prática, nada mudou”. Para o senador, o Brasil está como “um barco à deriva, governo para um lado, presidente pra outro”.
— Decisões sem planejamento e o povo com suas vidas em risco. Não adianta cobrir um santo e descobrir outro. Ou fecha as duas fronteiras ou Roraima vai afundar! — cobrou Telmário.
Os senadores de Roraima vinham cobrando do governo medidas para o controle da fronteira do estado com a Venezuela. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também pediu o fechamento das fronteiras do Amapá com a Guiana Francesa. No vizinho território ultramarino francês, no início do mês, havia seis casos confirmados.
Portaria
A portaria (PRT 120/2020) que determina o fechamento parcial da fronteira do Brasil com a Venezuela, como medida para conter o avanço do novo coronavírus, foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta (18).
De acordo com a portaria, a restrição de entrada de estrangeiros vindos da Venezuela vale pelo prazo de 15 dias. A barreira não se aplica a brasileiros, a imigrantes com residência no Brasil e a profissionais estrangeiros em missão internacional ou acreditado junto ao governo brasileiro. A restrição também não impede o transporte rodoviário de cargas e a execução de ações humanitárias.
Em entrevista à imprensa na tarde desta quarta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que a decisão do governo era necessária para evitar a disseminação do coronavírus e porque os serviços públicos do país não teriam condições de absorver a demanda vinda do país vizinho. Segundo Moro, o governo também avalia o fechamento temporário da fronteira com outros países.
— Esperamos que todos os brasileiros compreendam a seriedade da conjuntura. Não há motivo para pânico, mas é preciso seguir as medidas médicas — afirmou Moro.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)