Nas forças policiais a ausência de conflito significa dominação. Ser uma instituição política de governos e não de Estado gera limitação. É o que fica evidente com a exoneração da porta-voz da Polícia Militar, a tenente-coronel Gabryela Dantas, após um vídeo em que ela chama de “mentirosas” as reportagens do jornalista Rafael Soares, de Extra e O Globo. O vídeo foi publicado no Twitter da Secretaria de Polícia Militar. A exoneração se deu a pedido do governador em exercício, Cláudio Castro.

O mais triste é ver a fala do Governador do Rio de Janeiro ao falar sobre o tema, jogando a culpa da sua subserviência na “liberdade de imprensa”.

“Com liberdade de imprensa não se brinca”, afirmou o governador em exercício.

No vídeo, a Porta-Voz da Secretaria de Polícia Militar, Tenente-Coronel Gabryela Dantas, afirmou que a corporação foi surpreendida “com uma matéria mentirosa”, que, “de forma maldosa, dá a entender que houve aumento de consumo de munição por um batalhão da PM”, que estaria envolvido na morte das primas Rebeca, de 7 anos, e Emily, de 5 anos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira (4).

Ela ainda argumentou que o consumo de munição da unidade não sofreu alterações significativas e representa menos de 10% do consumo publicado pelo jornalista que assina a reportagem. Ela falou verdades que não podem ser ditas por militares, ainda mais subordinados a políticos.

No vídeo, a oficial ainda diz que o jornalista escreveu a matéria “se aproveitando de uma comoção nacional para colocar a população contra a Polícia Militar”.


https://www.youtube.com/watch?v=FUiqXdNxk-0

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