A política não pode ser usada para manipular a categoria. Acho um absurdo ver candidatos utilizando-se de “teorias da conspiração” diversas para tentar aparecer no meio político. Quem ganha e quem perde com tudo isso? Quem perde é sempre a categoria! Política se faz com responsabilidade!
Ontem escrevi sobre a impressão que tive ao ir a uma reunião onde coronéis estavam apresentando a proposta de reestruturação. Permaneci por lá aproximadamente por cinco horas. Recebi uma cópia da proposta e estou analisando para não fazer como alguns que jogam com a categoria. A proposta tem vantagens e desvantagens. Precisamos ver se há possibilidade de consenso e posteriormente enviá-la se for possível sua aprovação. Simplesmente não enviá-la é mais prejudicial do que enviar. Precisamos debater o tema de maneira séria! Não temos tempo a perder com politicagem!
Vejo como total falta de responsabilidade o que vários candidatos demagogos e hipócritas estão tentando fazer ao criar um clima de terror, sem apresentar solução para o problema. Nosso problema é fluidez em nossa carreira. Nosso problema é salário. Queremos receber salários dignos, queremos ser respeitados, queremos ser promovidos para irmos para reserva no mínimo subtenente. Não somos bobos, temos posicionamento, sabemos o que queremos.
Vejo que a maior falta de consenso está no quesito organizacional e competência. A atual reestruturação foi construída com base em três eixos principais. Sendo eles: carreira, competência e organização básica. Conversando com alguns amigos os pontos críticos e que não temos consenso foram:
- A PM está querendo fazer o serviço de outras instituições: DETRAN (fiscalização de trânsito), o da PCDF (Termo circunstanciado e investigação), de vigilante (segurança patrimonial);
- Os oficiais QOPM querem ser “autoridades policiais”, mas excluem os QOPMA. Por quê? A carreira do oficial QOPMA no projeto é visto como: “Atividades subsidiárias de apoio e auxilio à gestão da PMDF, sendo integrada por pessoal oriundo da graduação de subtenente, possuidor do curso superior, expedido por instituição de ensino reconhecida pelos sistemas de ensino federal, estadual ou no Distrito Federal, além do Curso de Habilitação de Oficiais Administrativos;”
- Querem tirar o nome “Militar”, mas mantêm-se de “natureza militar”, seria somente um disfarce?
- O ponto mais polêmico é a avaliação de desempenho para a promoção, constante na pág. 18, 19, e 20, onde encontramos o termo “moral”, mas de maneira vaga, subjetiva e que pode dar margem para aberrações diversas. A ficha individual de avaliação. No artigo 83 diz que “A ficha individual de avaliação será utilizada para aferir o mérito ético e técnico-profissional de todos os policiais militares”.
- Uma dúvida é: “a proposta é de quem? Para quem? Por que as vésperas das eleições apresentar uma proposta com tão pouco tempo?”
- A proposta atende a necessidade das praças? As promoções de 04 em 04 corrigirão distorções? E aquelas que já possuem 20 anos de corporação? Serão promovidos a subtenente?
- A aposentaria das mulheres aos 25 anos de serviço sem garantia de direitos considerados para aposentaria seria algo bom para as policiais femininas?
- Até que ponto oficiais fazendo plano de carreira de praças atenderia os nossos anseios? É possível?
- Se a proposta é da classe, que desespero é esse de lançar o mais rápido possível? (Não seriam apenas propostas eleitoreiras para tenta ajudar o Agnelo?);
- Até quem ponto o sigilo do projeto é justificativa para algumas atitudes dentro da corporação.
Como escrevi em uma carta aos policiais militares do DF, “Nossa categoria sofre hoje com o travamento dos quadros e consequentemente com a redução de nossas promoções. O que desejamos e defendemos é uma ampliação das vagas de subtenente e das vagas do QOPMA para dar fluidez a nossa carreira. Fazendo com que os mais novos possam chegar aos 15 anos na “classe especial” da carreira (subtenente) e os mais antigos, que hoje são terceiro sargento ou até mesmo primeiro sargentos, próximo de ir embora, possam chegar pelo menos a subtenente ou até mesmo ao QOPMA.”
Hoje eu abriria mão de trocar o nome da corporação, da entrada única na carreira, que somente beneficia aqueles que ainda irão entrar na corporação, de fazer parte do “judiciário”, de ser chamado de “vossa excelência” e de todas as fórmulas milagrosas propostas por uma ampliação das vagas de subtenente e das vagas do QOPMA que é o que realmente nos interessa e o que nos trará os benefícios que esperamos. Além disso, precisamos criar mecanismos que nos ofereça uma isonomia entre órgãos de segurança no DF. É o que eu acredito e pelo o que eu venho lutando, e pelo o que eu irei lutar, independentemente de mandato.