Durante o mês de agosto, acontece o movimento “Agosto Dourado”, que simboliza a luta pelo incentivo a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida da criança. Durante esses trinta dias são celebradas ações de apoio, proteção e promoção do aleitamento materno, além de dar destaque ao abastecimento dos bancos de leite, com campanhas que incentivem a doação de leite materno.

 O nascimento de um bebê mobiliza tanto a parte física, quanto o emocional da mulher. Nesse período, acontecem alterações metabólicas e situações de estresse que podem desencadear a depressão pós-parto e comprometer o processo de aleitamento materno.

 De acordo com a equipe de psicólogos e assistentes sociais do Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão, para um tratamento adequado e eficaz, é importante diferenciar a depressão pós-parto de outros sintomas de tristeza materna, também conhecida como “baby blues” ou “blues puerperal”. A tristeza materna pode atingir até 80% das parturientes e não é considerada uma doença, já que não incapacita a mãe de prestar os cuidados aos bebês e não provoca prejuízos na amamentação. Os sintomas mais comuns do “baby blues” incluem mudanças de humor, ansiedade, irritabilidade, concentração reduzida e tristeza sem motivo aparente. Esses sinais costumam aparecer logo nos primeiros dias após o parto e duram por volta de uma ou duas semanas, desaparecendo espontaneamente.

A depressão pós-parto é classificada como uma doença e deve ser tratada com um cuidado especial. Nessa condição, o humor deprimido, desânimo e sofrimento intenso geralmente estão presentes na maior parte do dia da mãe. Esses sentimentos não desaparecem espontaneamente, como no caso da tristeza materna e apresenta um risco para a interrupção precoce do aleitamento materno. Por outro lado, a amamentação é um fator de proteção para a manifestação da depressão pós-parto, ou seja, o desmame também pode desencadear ou piorar a depressão. Diante dessas circunstâncias, é importante que a mãe seja acompanhada de perto por uma rede de apoio tanto de pessoas próximas a ela, quanto de profissionais especializados, para que essa condição seja superada.

 O aleitamento materno é um momento de aprendizado para a mãe e o bebê, onde o conhecimento sobre a forma como se deve amamentar é imprescindível para minimizar o estresse nesse novo momento. Para a enfermeira obstetra e especialista em aleitamento materno, Gisélia Vasconcelos, a amamentação é primordial para gerar um vínculo entre a mãe e o bebê “É importante que a mãe entenda a forma que quer amamentar, se vai ser seguido um horário específico, com uma rotina definida para o bebê, ou se vai ser feita a livre demanda. Se esses métodos forem misturados acaba não dando certo, então a mãe precisa determinar qual padrão se encaixa melhor para ela e o bebê. Também é importante entender a “pega correta” e fazer os ajustes necessários para preservar a mama da mãe e evitar fissuras e dor” disse a enfermeira.