Ouvidos atentos para que possa transcrever e documentar os detalhes de uma história que terá várias etapas. É com essa e outras inúmeras características e importância, que a Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE) presta homenagem, neste dia 05, para os 952 escrivães de Polícia – homens e mulheres que compõem atualmente a instituição de Polícia Judiciária do Ceará.
Responsável pela formalização e pela documentação de inquéritos policiais, os profissionais transcrevem as informações dadas por todas as pessoas que precisam ser ouvidas. Mas as atribuições não param por aí. O escrivão, homem ou mulher, também é responsável por acompanhar outros policiais em suas diligências; executam intimações, apurações, bem como colabora no cumprimento de mandados judiciais de prisão, de busca e apreensão, de sequestro de bens, entre outros.
Quem fala com propriedade e muito amor sobre sua profissão é o escrivão de Polícia Civil do Ceará, Arrais Júnior, de 35 anos. Com 12 anos de carreira, e atualmente lotado na Delegacia Regional de Tauá, Arrais Júnior descreve o início da sua profissão e como decidiu ser escrivão. “Ingressei na Polícia Civil em 2009, e desde então fiquei no município de Tauá. Sempre fui organizado e tive afinidade com questões burocráticas. A organização e o bom andamento de uma delegacia dependem muito do escrivão. A paixão sempre partiu de mim, porque eu sou o primeiro policial civil da família, eu sempre quis ser da área da segurança pública, e quando na época surgiu o concurso, eu decidi que era aquilo que eu queria pra mim”, disse Arrais.
As entrelinhas de uma profissão essencial
“Somos o pilar dos outros cargos dentro da PC-CE, traduzimos para o papel, o dia a dia de uma delegacia, de uma operação, de uma elucidação de um determinado crime”. É assim que cita Arrais sobre o que ele ama fazer dentro e fora da delegacia. Apesar de muito novo, o escrivão ressalta que é preciso ter vocação para trabalhar como policial, e ele carrega essa vocação em suas ações e, principalmente, no peito. “Eu amo o que faço, e compartilho tudo que sei com os demais colegas que entram para fazer parte da equipe. Eu sempre gostei de repassar tudo que sei, ensinar os detalhes do trabalho”.
Assim como qualquer outra profissão, existem aqueles dias que precisam ser enfrentados com muita garra, mesmo que a tristeza possa tomar conta da situação. Arrais cita que já teve momentos grandiosos em Tauá, como escrivão, mas destaca a partida do colega e também escrivão de Polícia, Aloizio Amorim, em abril deste ano.
“Eu poderia destacar inúmeras conquistas, mas, quero citar e homenagear meu colega Aloizio. Quando ocorreu o fato, trabalhamos incansavelmente, assim como fazemos em todas as operações. Mas nesta em especial, a vítima era nosso amigo, um profissional íntegro, que honrou a profissão. Foram incansáveis diligências, a fim de dar uma resposta para ele e, principalmente, para sua família e sociedade. Me orgulho de ter ajudado na elucidação desse crime. A minha homenagem, neste dia, vai para ele”, finalizou ele.
Reconhecimento profissional
O delegado de Polícia, Danilo Távora, chefe de Arrais Júnior, ambos lotados em Tauá, destacou que o profissional é essencial dentro e fora da delegacia. “Arrais representa todos os escrivães, homens e mulheres que, com o trabalho integrado entre os inspetores, delegados e escrivães, são fundamentais para um resultado de excelência dentro da PCCE. O Arrais faz parte deste trabalho com excelência. Ele é um homem honesto, humilde, prestativo e sábio, tudo que uma instituição precisa”, ponderou Danilo Távora.
E complementa: “Eu não poderia deixar de falar mais uma vez do nosso eterno colega Aloizio. Não tem como passar por essa data e não lembrar dele. Quem teve a oportunidade de trabalhar com ele consegue perceber e entender o quão importante ele era para a nossa instituição. Minha homenagem vai para todos eles, seja Arrais e os demais, mas em especial, meus pensamentos ficam eternizados para o escrivão Aloizio Amorim”, finalizou.