Com a obra, “Crônicas da Periferia: histórias de violência e redenção”, o escritor e inspetor da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), Cláudio Marques lançou, nessa quinta-feira (7), seu livro que conta a história de crimes, suas autorias e os desdobramentos de investigações. Com um olhar aprofundado sobre a temática, o investigador conta como algumas histórias e leva o leitor a reflexão sobre crimes cometidos em bairros periféricos. Cláudio, que atualmente é lotado na Divisão de Proteção ao Estudante (Dipre) do Departamento de Proteção ao Grupo de Vulneráveis (DPGV) da PC-CE, recebeu seus leitores para o lançamento e a noite de autógrafo na livraria Lamarca, no bairro Benfica.
Com os olhos marejados ao citar detalhes da sua obra, o servidor de segurança pública, deu um resumo do que os leitores podem esperar das histórias, todas elas reais e vivenciadas por ele em nove anos de Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), unidade especializada em investigar crimes contra a vida. “Eu digo que eu comecei a pensar neste livro, muito antes dele ser escrito, quando vivenciei por anos a relação dos crimes de homicídios, grande parte deles na periferia. Eu comecei a me interessar e ter um olhar mais apurado, quando eu comecei a perceber a relação dos crimes de homicídios e como as pessoas da comunidade lidam com elas. Até porque, o homicídio é apenas uma das facetas da violência”, cita Cláudio.
Com formação em filosofia, amante da fotografia, Cláudio conta que antes de ser policial civil, é fotógrafo e se interessa desde sempre pela fotografia social, registrando o cotidiano. Com um olhar mais humanizado, ele fala que pensou em fazer um trabalho dentro da carreira policial, mas acabou se apaixonado pela profissão e se tornou um policial civil, atualmente com 12 anos de carreira. “Aqui ou em qualquer outro lugar, a gente pode mudar as vidas das pessoas, fazer um bom trabalho, sendo exemplo para outras pessoas. Talvez a gente nem saiba, mas quem sabe somos inspiração para outras pessoas. Comecei na Polícia Militar e hoje, aqui, na Polícia Civil, eu tento todo dia ser inspiração pra alguém.
O autor explicou que o objetivo do livro não é romantizar os crimes, nem colocar na posição de vítimas os autores destas ações criminosas, mas é dar destaque às histórias por trás das outras histórias que levaram a este crime. “Percebe-se que existiam tragédias familiares que resultaram em outras tragédias. As pessoas que cometem esses crimes, são jovens e adolescentes que possuem famílias desestruturadas, que não tem uma base familiar”.