Em menos de 12 horas após o crime, as forças de segurança do estado, em ação integrada, identificaram os suspeitos de participar do duplo homicídio, que vitimou o Vigilante Penitenciário Temporário Elias de Souza Silva, de 38 anos, e sua esposa, Ana Paula Dutra Sousa, de 32. O crime aconteceu na última quinta-feira (18), próximo ao Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia. A resposta das equipes policiais foi rápida, com a prisão de um dos envolvidos poucas horas após o fato e a localização de outros dois indivíduos, apontados como executores.

A força-tarefa montada imediatamente após o crime, como consequência a rápida elucidação do caso, foi determinada como prioridade pelo secretário de Segurança Pública do Estado, Rodney Miranda. “Foi uma resposta eficiente envolvendo todas as nossas polícias, todos trabalhando juntos com o mesmo objetivo, que é a elucidação desse crime covarde contra essa família. Teremos uma lembrança desse fato, mas sabendo que não ficou e que não ficará impune”, destacou o chefe da SSP-GO.

O trabalho conjunto contou com a participação das polícias Militar, Civil, Penal, Técnico Científica, Rodoviária Federal e da Guarda Civil Metropolitana. “Registramos nossos votos de que essa operação seja uma referência para que possamos caminhar juntos no combate à criminalidade e entregar para a nossa sociedade uma segurança de qualidade a cada dia”, ressaltou o delegado e gerente de Planejamento Operacional da Polícia Civil, Rilmo Braga.

“Uma plena operação de segurança pública. Não foi a Polícia Militar, não foi a Polícia Civil. Foi a Secretaria de Segurança Pública agindo em sinergia. Quando estamos juntos, não tem pra ninguém. Goiás não é terra para ladrão”, destacou o Tenente-coronel Benito Franco, comandante do Batalhão de Rotam.

Investigação

Segundo Rilmo Braga, até o momento as hipóteses de retaliação contra a Secretaria de Segurança Pública ou de que o crime tenha sido ordenado de dentro do sistema prisional, estão descartadas. “Por hora trata-se de um fato isolado, que versa sobre alguns problemas que podem ter envolvido esse vigilante falecido e que possam ter gerado esse tipo de crime por encomenda. Então, até o momento, essa informação que diz respeito ao envolvimento de faccionados está afastada”, disse.

O titular da SSP-GO falou também sobre possíveis ameaças sofridas pelo profissional, que também estão descartadas. “Todas as ameaças são apuradas com rigor e comunicadas imediatamente à justiça. Este vigilante penitenciário não estava ameaçado, em princípio. Nós temos que avançar. Mas temos tomado todos os cuidados para dar condições boas de trabalho para os nossos profissionais”, enfatizou.

O caso está sendo apurado pelo Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia. Três indivíduos suspeitos de participação no crime foram identificados. A apuração irá determinar agora se há outras pessoas envolvidas nos assassinatos. “Não está descartada eventual participação indireta ou secundária por parte de outros elementos e agora será investiga de forma bastante aprofundada e técnica”, afirmou o delegado Rilmo Braga.

Agora, todo o material apreendido durante a ação deverá ser periciado e as testemunhas ouvidas. A previsão é de que todos os fatos sejam elucidados nos próximos dias. “O inquérito encontra-se em estado bastante avançado, será concluído e remetido ao poder judiciário, para que todas as providências possam ser tomadas”, informou.

Entenda o caso

O crime aconteceu no momento em que o Vigilante Penitenciário Temporário deixava o Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia, acompanhado da esposa.  Indivíduos em um carro se aproximaram e efetuaram mais de 15 disparos contra o casal, que morreu na hora.  Através do trabalho de inteligência, os policiais conseguiram descobrir que o veículo usado era clonado. Imediatamente foram iniciadas diligências em busca do carro e dos possíveis autores.

“Conseguimos identificar e abordar o primeiro suspeito, na GO-070, que fazia uma corrida com um motorista de aplicativo. Com ele foi achado um revólver calibre .32 e na entrevista ele confessou que havia realmente roubado o veículo no último dia 12”, afirmou o Tenente-coronel Benito Franco. O indivíduo foi preso em flagrante. Ele informou aos militares que teria vendido carro a um amigo e indicou o local onde ele estaria.

As equipes policiais então se deslocaram até o endereço, no Jardim Primavera, na capital. Ainda segundo o comandante do Batalhão de Rotam, os dois outros suspeitos teriam usado a casa como abrigo após o duplo homicídio. “Não tinha nada, nenhum móvel, apenas três colchões e algumas peças de roupa. Estava sendo usada apenas para a fuga após o crime, na tentativa de burlar o rastreamento das equipes policiais”, pontuou.

Após as buscas, os policiais descobriram que a dupla havia fugido, pulando muros de casas vizinhas. As equipes então realizaram o cerco e encontraram os indivíduos, em um bar. Eles resistiram à abordagem e iniciaram diversos disparos contra os policiais, que revidaram. A dupla foi atingida e não resistiu aos ferimentos. Com eles, foram apreendidas duas armas de fogo.

Os dois indivíduos possuíam extensa ficha criminal e já eram alvos de outras investigações. Um deles estava foragido da justiça e possuía dois mandados de prisão por homicídio em Goiânia e outro mandado em São Luís de Montes Belos. Além disso, o homem já havia sido preso por porte ilegal de arma de fogo, homicídio, tráfico de drogas, furto e receptação de produto roubado. “Era um dos homicidas mais perigosos que tinha no estado de Goiás e que era procurado há algum tempo”, ressaltou o comandante do Batalhão de Rotam.

O outro suspeito morto em confronto tinha passagens por roubo, receptação e tráficos de drogas. “Os dois são investigados por vários outros crimes contra a vida na região metropolitana de Goiânia, razão pela qual a retirada de circulação desses indivíduos era uma prioridade das forças de segurança pública de Goiás”, afirmou o delegado Rilmo Braga. De acordo com os levantamentos policiais, o terceiro suspeito de estar envolvido nos assassinatos, preso em flagrante, já havia sido detido três vezes por roubo de veículos e corrupção de menor.