Em 2020 o mundo parou em razão de uma pandemia. Todos nós tivemos que reformular a forma como nos socializamos e adaptar nosso modo de existir. Em meio a esse cenário de incertezas e medos, são esperadas alterações emocionais e cognitivas, afinal, em torno de sete meses desde a quarentena, ainda sabemos pouco sobre a Covid-19. As precauções para evitar o adoecimento físico sempre estão em alta, mas é preciso discutir sobre a vulnerabilidade psíquica e suas formas de enfrentamento em um momento tão singular e delicado como este.
Produções científicas recentes discutem o efeito “coronofobia”, definido pelo medo e ansiedade de contrair o vírus da Covid-19. É natural se sentir ansioso diante de uma enfermidade desconhecida para o corpo e aumentar as medidas preventivas para evitar o vírus, entretanto a intensificação das respostas emocionais e comportamentais de angústia podem comprometer a saúde mental. Os sintomas podem aparecer em níveis fisiológico, comportamental e cognitivo e preencher critérios para diagnosticar algum transtorno mental, tais como: transtornos de ansiedade, depressão, dentre outros.
A preocupação elevada com o vírus aparece a nível fisiológico através de sintomas como agitação do corpo e perturbações do sono e do apetite. A alteração do aspecto comportamental é vista através do evitamento desproporcional de contato com o mundo exterior e pela compulsão em medidas de segurança. Todos esses prejuízos são acompanhados por pensamentos disfuncionais e respostas emocionais desagradáveis.
Assim, medidas profiláticas devem ser adotadas, tais como: atividade física, envolvimento em atividades prazerosas (leitura, artes plásticas, assistir filmes, ouvir música, escrever, desenhar/colorir, fazer passeios possíveis…), alimentação saudável, manutenção de uma rotina de sono, são aliados na manutenção de uma rotina saudável e estimulam a produção de reguladores do humor como a endorfina e a serotonina.
Além dessas ações, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) recomenda diversas maneiras para amenizar o estresse agudo causado pela pandemia, dentre elas a manutenção de contato (mesmo que virtual) socioafetivo com pessoas próximas.
Em algumas situações, as estratégias individuais podem não ser suficientes para estabilizar as respostas emocinais/fisiológicas/cognitivas de quem está sofrendo de “coronofobia” ou outro quadro psicológico, por isso é recomendada a procura por um profissional da saúde mental. A persistência dos danos biopsicossociais devem ser tratados por profissionais especializados.
Conte com o apoio da DPSS (Divisão de Proteção à Saúde do Servidor) no enfrentamento desse sofrimento!
Fontes: HARTMANN, Paula Benevuto. “Coronofobia”: o impacto da pandemia de Covid-19 na saúde mental. PEBMED. 2020
FIOCRUZ. Ministério da Saúde. Saúde Mental e Atenção Psicossocial na Pandemia COVID-19. 2020
Responsável técnica: Aline Resende (Coordenadora do Serviço de Psicologia da DPSS)
Produzido por: Gabriela Radaelli (Estagiária de Psicologia da DPSS)