A Polícia Civil de Goiás desencadeou nesta semana, entre segunda e quinta-feira, a Operação Voucher. A operação mobilizou todas as delegacias regionais no Estado com o objetivo de cumprir mandados de prisão em aberto contra pessoas que receberam o auxílio emergencial do Governo Federal concedido no período de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Alguns dos alvos que receberam o benefício já estavam reclusos em cadeias públicas. Foram presas 106 pessoas, sendo que 15 delas já estavam presas quando receberam o benefício.
As prisões foram cumpridas após compartilhamento de informações por parte da Controladoria-Geral da União (CGU) com a Polícia Civil. A CGU disponibilizou uma relação contendo o nome de 1.102 pessoas que receberam o auxílio financeiro em Goiás.
A Operação Voucher teve a participação de 300 policiais civis e 80 viaturas. Os presos, após cumprimento dos mandados, foram ouvidos em Termos de Declaração. As declarações prestadas pelos detidos serão encaminhadas à Polícia Federal para a tomada das providências legais cabíveis.
As pessoas presas na Operação Voucher são suspeitas de cometerem os crimes de falsidade ideológica (art. 299, CP – pena de reclusão de 1 a 5 anos) e estelionato (art. 171,§ 3º – pena de reclusão de 1 a 5 anos). A maior parte delas recebeu parcela de R$ 600, havendo casos em que os suspeitos receberam R$ 1.200 em uma única parcela. Mais da metade dos presos admitiram ter recebido a primeira parcela do auxílio emergencial. As duas demais parcelas tiveram o pagamento cancelado para esses indivíduos, o que gera uma economia de R$ 33 milhões de reais aos cofres públicos no Brasil.
Ressalte-se que a PCGO não empreendeu nenhuma investigação sobre esses recebimentos indevidos do auxílio emergencial, pois, por se tratar de crime federal, apenas se deu cumprimento aos mandados de prisão de pessoas apontadas pela CGU como detentoras de ordem de prisão em seu desfavor e cujo nome estava na relação encaminhada pela CGU.
O nome da operação é uma alusão ao programa do Governo Federal de auxílio emergencial conhecido como “Coronavoucher”.