A Polícia Civil, através da Delegacia de Polícia (DP) de Caldas Novas, concluiu uma investigação de crime de estelionato praticado contra servidores municipais e estaduais das áreas da Saúde e da Educação que realizaram curso de Mestrado no exterior e necessitavam convalidar os referidos cursos em território nacional.
Em meados de 2019, um brasileiro, que morava em Caldas Novas, cursava medicina no Paraguai e conheceu as vítimas que também estudavam naquele país o curso de mestrado, e lhes prometeu a convalidação no Brasil ao custo de R$ 15 mil cada validação. Caso o diploma fosse convalidado, o servidor conseguiria uma gratificação salarial. Ocorre que, após dezenas de servidores de Caldas pagarem pela certificação ao investigado, que hoje estuda medicina no estado da Bahia, surgiu a suspeita de que os certificados recebidos seriam falsificados. Posto isso, a Polícia Civil iniciou uma investigação que culminou na comprovação da fraude, haja vista a negativa das universidades sobre a emissão dos documentos, sendo que sequer possuem autorização para emitir o documento.
Após difundir a notícia de que os referidos certificados eram falsificados, dezenas de vítimas procuraram a Delegacia de Polícia de Caldas Novas e representaram criminalmente contra o autor. As vítimas demonstraram, através de depósitos bancários, o prejuízo que já supera os R$ 200 mil no montante total. O autor, visando encobrir seus rastros, após ser instado pelas vítimas, falsificou e-mails das universidades nos quais elas, em resposta, validavam os certificados emitidos Esta fraude também foi desvendada em resposta aos ofícios pelas universidades à Polícia Civil, que concluiu não serem, portanto, autênticos os certificados e os e-mail que os referendava.
Ciente das denúncias e da investigação em curso, o investigado compareceu espontaneamente à Delegacia de Polícia, momento em que foi interrogado e confessou ter recebido os valores a título de pagamento para providenciar o convalida dos mestrados das vítimas e que as conheceu no exterior e também através de indicações. O investigado alegou ainda a existência de um terceiro indivíduo que reside em São Paulo para confeccionar os certificados e com quem dividia parte dos lucros. O terceiro seria quem enviava os certificados fraudulentos.
Diante das informações colhidas no inquérito até o momento, a autoridade policial formou convencimento sobre a conduta dolosa do investigado na prática de crime de falsidade de documento público e estelionato, motivo pelo qual foi indiciado e os autos, remetidos ao Poder Judiciário. Se condenado pelos crimes, a pena poderá superar os 5 anos de prisão.