Nesta quinta-feira (21/11), a Polícia Federal finalizou o inquérito que investigava a suposta tentativa de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas foram formalmente indiciadas sob acusações que incluem abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Os principais alvos
Entre os nomes citados estão políticos, militares e assessores próximos de Bolsonaro. Além do ex-presidente, figuram na lista:
- Walter Braga Netto, ex-ministro e companheiro de chapa de Bolsonaro nas eleições.
- Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.
- Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL).
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça.
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa.
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Estrutura organizada
De acordo com a PF, os investigados atuaram de forma coordenada, com funções bem definidas. A investigação identificou a formação de grupos específicos:
- Ataques ao sistema eleitoral.
- Incitação de militares ao golpe.
- Apoio jurídico às ações golpistas.
- Operações de inteligência paralela.
- Execução de medidas coercitivas.
Evidências contra Bolsonaro
As investigações apontam que o ex-presidente teria desempenhado papel central na elaboração e revisão de um documento informal conhecido como “minuta do golpe”. O texto previa a intervenção no Poder Judiciário e a realização de novas eleições. Além disso, Bolsonaro teria se reunido com o então comandante do Exército, general Estevam Cals Theófilo, para buscar apoio militar à iniciativa.
Mensagens obtidas pela PF revelaram que Mauro Cid, em contato com o general Freire Gomes, indicou que Bolsonaro ajustou e simplificou o teor do documento para torná-lo mais direto.
O relatório
Com mais de 800 páginas, o material detalha as conclusões da PF e foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, avaliará as próximas medidas judiciais. A decisão sobre uma eventual denúncia contra os indiciados caberá à Procuradoria-Geral da República.
Outros processos
Bolsonaro também é alvo de outras investigações, incluindo a suposta adulteração de cartões de vacinação e a venda de joias recebidas durante seu governo.
O caso reforça as incertezas sobre o futuro político do ex-presidente e seus aliados. Enquanto aguardam os desdobramentos judiciais, o impacto sobre suas aspirações eleitorais permanece em aberto.
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